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Vivo (VIVT3) no 4T24: Estimativa sobre mudança do regime de concessão ‘decepciona mercado’, mas ação segue com múltiplos descontados

A Telefônica Brasil – Vivo (VIVT3) divulgou números operacionais recorrentes do balanço do 4T24 em linha com as estimativas, mas com alguns sinais de desaceleração por conta de uma base de comparação forte, e números relacionados à migração para o regime de autorização que acabaram decepcionando o mercado.

Negócio fixo supera segmento móvel no resultado da Vivo no 4T24

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Sobre os resultados, a receita líquida da Vivo consolidada cresceu +7,7% e atingiu R$ 14,6 bilhões no resultado do 4T24, ligeiramente acima das expectativas. O segmento móvel mostrou crescimento de +7%, ajudado pelo bom desempenho do pós-pago em função de reajustes de preços e migração de clientes provenientes do pré-pago. O churn (cancelamentos) ficou abaixo de 1%, o que consideramos um número bastante saudável.

O negócio fixo mostrou crescimento ainda melhor, de +8%. Fibra (FTTH) e dados corporativos (B2B) e serviços digitais mostraram ótimo crescimento de +12,4% e +21,1%, respectivamente. Essa expansão foi parcialmente compensada pelos serviços legados (voz, cabo, etc), que recuaram -10%. 

Crescimento dos gastos acompanha ritmo da receita

Os gastos cresceram no mesmo ritmo que a receita (7,7%), com o bom controle na linha de pessoal sendo compensado por maiores despesas com infraestrutura e também maior participação nas vendas de smartphones e soluções digitais, que apesar de menores margens possuem bons níveis de retorno. Vale mencionar que a linha também teve uma contribuição positiva não recorrente de cerca de R$ 386 milhões por conta da reversão de contingências decorrentes do processo de migração da concessão de voz fixa para o regime de autorização. 

Com isso, o Ebitda também cresceu em linha com o top line, +7,8%, e atingiu R$ 6,2 bilhões no trimestre, com margem estável de 42,5%. 

Investimentos crescem menos que receita, ajudando fluxo de caixa livre

Assim como temos visto nos últimos trimestres da Vivo, os investimentos têm crescido menos do que a receita, o que ajudou o fluxo de caixa livre atingir R$ 1,1 bilhão no 4T24, 82% maior que no ano anterior. 

Apesar de um maior pagamento de IR, o aumento do Ebitda e um melhor resultado financeiro ajudaram o lucro líquido crescer +10%, para R$ 1,76 bilhão. 

Estimativa sobre mudança do regime de concessão decepciona mercado e derruba valor das ações da Vivo

Mesmo com resultados sólidos e em linha com as estimativas, as ações da Vivo recuaram forte, o que entendemos estar relacionado à  falta de maior clareza sobre os benefícios da mudança do regime de concessão de voz fixa para autorização.

No comunicado, a Vivo estimou um impacto de R$ 4,5 bilhões entre investimentos e manutenção de rede. Por outro lado, os benefícios mencionados pela companhia são mais difíceis de serem calculados, como por exemplo a possibilidade da venda de 120 mil toneladas de cobre, quase mil propriedades e, ainda, a migração de mais de um milhão de clientes dessas regiões para o serviço de fibra, que é mais caro e deveria ajudar as receitas. 

Apesar de a mensagem não ter agradado, a Vivo segue negociando por múltiplos descontados (4x valor da firma/Ebitda) e um dividend yield de quase dois dígitos, a VIVT3 é uma ação recomendada pela Empiricus.

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