A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), com ações negociadas sob o ticker CBAV3, anunciou a venda de sua participação na Alunorte – Alumina do Norte do Brasil. O acordo, fechado com uma subsidiária integral da gigante Glencore PLC, foi avaliado em R$ 236,8 milhões. Segundo o BTG Pactual, a venda da participação na Alunorte é uma ação estratégica que pode ter impactos significativos para a CBA, tanto em termos financeiros quanto na valorização de suas ações.
Impactos da venda nas ações da CBA
Após o anúncio da transação, as ações da CBA (#CBAV3) apresentaram uma valorização de 3,58%, atingindo R$ 6,07. Para o BTG Pactual, a venda alinha-se à estratégia da CBA de focar no alumínio e reduzir seu endividamento. A operação impulsiona a desalavancagem da CBA, reduzindo sua relação dívida líquida/EBITDA de 10x para 3x em trimestres.
Aumento da liquidez e redução da dívida
A venda da participação na Alunorte gera uma injeção de caixa para a CBA, que usará para reduzir ainda mais sua dívida. Esse movimento é relevante, pois a relação dívida líquida/EBITDA da empresa chegou a quase 10x em 2023. Agora, com a redução da dívida, a relação pode diminuir para 3,2x, o que reflete uma melhora substancial nas finanças da companhia.
A estratégia de desalavancagem é um dos pilares do plano de gestão da CBA, e a venda da participação na Alunorte deve contribuir para alcançar um cenário financeiro mais saudável. Ao reduzir sua dependência de endividamento, a empresa se posiciona de forma mais sólida para enfrentar desafios econômicos e explorar novas oportunidades de crescimento.
A estratégia de desalavancagem e a reação do mercado
O BTG Pactual destacou que, embora a transação tenha um impacto ligeiro no EBITDA da CBA, a redução de dívida é um fator crucial que pode beneficiar a empresa no longo prazo. Esse movimento reflete a estratégia da empresa de priorizar a eficiência financeira, promovendo maior flexibilidade operacional e financeira. Além disso, com os preços do alumínio em alta, a operação está ocorrendo em um momento favorável para a CBA, o que pode impulsionar ainda mais o desempenho das ações.
A redução da dívida líquida/EBITDA de 10x para 3x em um curto período é um indicativo claro da eficácia da estratégia de desalavancagem da CBA. Esse processo de redução de alavancagem é fundamental, pois diminui os custos financeiros e melhora a percepção do mercado em relação à solidez da empresa. Além disso, a maior estabilidade financeira pode permitir à CBA direcionar mais recursos para investimentos estratégicos e aquisições, consolidando seu negócio principal de alumínio.
O efeito da alta dos preços do alumínio
Os preços do alumínio estão elevados, acima de US$ 2.600 por tonelada, devido à eliminação de subsídios na China e interrupções nas cadeias de suprimentos. Essa conjuntura tem favorecido empresas como a CBA, que se beneficiam do aumento das commodities. De acordo com os analistas do BTG, esse cenário é positivo, pois pode aumentar o EBITDA da CBA de R$ 2 bilhões em 2025, representando um crescimento de 54% em relação à previsão inicial.
O mercado de alumínio tem mostrado resiliência, e a alta nos preços tem sido impulsionada por uma série de fatores externos, incluindo mudanças nas políticas comerciais da China e dificuldades na cadeia de suprimentos global. Esse contexto coloca a CBA em uma posição favorável para aproveitar a valorização das commodities e melhorar sua rentabilidade nos próximos anos. Além disso, a companhia pode continuar a se beneficiar dessa tendência de alta no curto e médio prazo, o que contribui para um cenário positivo para seus acionistas.
O que esperar para o futuro da CBA?
Apesar de reconhecer que a venda pode reduzir ligeiramente o EBITDA da empresa, o BTG Pactual acredita que a desalavancagem gerada pela operação terá efeitos positivos para a CBA a longo prazo. A empresa já vinha mostrando uma trajetória de redução de sua alavancagem, impulsionada por melhorias operacionais e pela valorização das commodities. Com a venda da participação na Alunorte, espera-se que a empresa continue a melhorar sua posição financeira e operacional, o que deve refletir em uma maior confiança dos investidores.
A perspectiva para o futuro da CBA é de crescimento, com um possível aumento do EBITDA para cerca de R$ 2 bilhões em 2025. Esse crescimento está diretamente ligado à estratégia de redução de dívida e à valorização dos preços do alumínio. Com uma gestão mais eficiente e uma estrutura financeira mais robusta, a empresa tem as condições ideais para alcançar um desempenho sólido nos próximos anos.
Potencial de valorização das ações
Os analistas do BTG Pactual veem um significativo potencial de valorização das ações da CBA. Com a estimativa de que a empresa possa gerar um EBITDA de aproximadamente R$ 2 bilhões em 2025, as ações da CBA podem ser uma excelente opção de investimento. O cenário de valorização pode ser ainda maior se o preço do alumínio continuar alto e o dólar se mantiver favorável. A expectativa é que as ações da CBA possam valorizar mais de 50%, se as condições do mercado se mantiverem estáveis.
Conclusão
A venda da participação da CBA na Alunorte por R$ 236,8 milhões representa um marco importante na estratégia de desalavancagem da companhia. A transação reduz o endividamento da empresa e pode impulsionar a valorização de suas ações, se os preços do alumínio se mantiverem elevados. A operação demonstra que a CBA está no caminho certo para fortalecer sua posição financeira e gerar maior valor para seus acionistas. Com o mercado de alumínio favorável e a redução da dívida, as perspectivas para o futuro da CBA são positivas, com grande potencial de valorização.