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Trump indica Scott Bessent para Secretário do Tesouro dos EUA: veja propostas e por que mercado parece ter aprovado a escolha 

As indicações de Donald Trump para a composição do seu gabinete de governo a partir de 2025 estão a toda. Entre os nomes apontados, está o executivo Scott Bessent, para o cargo de Secretário do Tesouro americano. 

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A escolha de Bessent foi bem recebida pelo mercado, com os futuros dos índices apresentando ganhos de mais de 0,5% na sexta-feira (22) do anúncio. “A não ser por questões geopolíticas ou algo totalmente inesperado, a indicação de Bessent deve impulsionar os principais índices americanos nesses próximos dias”, comenta o analista de ações internacionais, Enzo Pacheco, da Empiricus Research. 

Aos 62 anos de idade e veterano de Wall Street, a carreira de Scott Bessent começou na firma de George Soros em 1991 (sendo CIO entre 2011 e 2015) até a fundação de sua própria gestora, a Key Square Capital Management, captando rapidamente US$ 4,5 bilhões. Formado em Yale, retornou à universidade para atuar como professor de História Econômica. 

Bessent foca discurso na redução de impostos

Em entrevista logo após a nomeação, o executivo afirmou que sua principal prioridade será viabilizar as promessas de redução de impostos feitas por Trump durante a campanha. Isso inclui a manutenção dos cortes fiscais do primeiro mandato, além da eliminação de impostos sobre gorjetas, horas extras e benefícios sociais.

Outro ponto que Bessent mencionou foi a possibilidade de estabelecer tarifas e reduzir gastos para conter o déficit fiscal dos Estados Unidos

De acordo com ele, essa abordagem visa preservar a posição do dólar como a principal moeda de reserva global. “Um dos principais conselheiros da campanha do republicano, inclusive defendendo uma abordagem mais ativa nas políticas relacionadas ao comércio internacional, ele enxerga na gestão de Trump a capacidade dos Estados Unidos entrarem em um momento de destaque”, afirma Pacheco.

Plano de política de 3 flechas

A respeito de suas propostas, o futuro Secretário do Tesouro dos EUA acredita que uma forma de melhorar a economia americana seria por meio da aplicação da política “3-3-3”, inspirada no ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe para revitalização econômica do Japão.

Dessa forma, o plano de Bessent consistiria em: 

1) reduzir o déficit fiscal para 3% até 2028; 

2) estimular o crescimento econômico para 3% por meio de desregulamentação; 

3) produzir um adicional de 3 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia.

“Dos três pontos, entendo que o crescimento de 3% do PIB parece o mais atingível, considerando que a economia tem apresentado taxas próximas a essa nos últimos trimestres. O receio de uma desaceleração da economia poderia reduzir a taxa de crescimento no futuro próximo, mas não parece este ser o caso no momento — com outras regiões do mundo enfrentando dificuldades para atrair recursos para suas próprias economias”, comenta Pacheco. 

Outras mudanças propostas pelo futuro secretário

Quanto aos outros dois pontos, o analista aponta que irão demandar especialmente um esforço significativo por parte de Bessent e do Governo Trump.

Além disso, afirmou estar disposto a remover tarifas de países que aceitem reformas e deu apoio para um bloco de livre comércio com aliados com interesses de segurança em comum e abordagem recíproca às tarifas.

“Isso porque o atual déficit fiscal nos Estados Unidos é superior a 6% do PIB americano. Esse patamar é similar ao observado na década de 30 (na esteira de Grande Depressão) e na primeira década dos anos 2000 (com a crise do subprime) e inferior somente ao período da Segunda Guerra Mundial e do combate à pandemia da Covid-19”, relembra o analista. 

O que faz o Secretário do Tesouro americano?

Como secretário do Tesouro dos EUA, Bessent será responsável pela gestão da maior economia global, na posição de principal autoridade econômica do país. 

Suas atribuições abarcam a arrecadação de impostos, o pagamento das dívidas nacionais, a administração do mercado de títulos do Tesouro, no valor de US$ 28,6 trilhões, e a supervisão das regulamentações financeiras.

Além disso, o secretário do Tesouro lidera a política de sanções financeiras dos EUA, exerce influência sobre o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e outras entidades financeiras internacionais. Além disso, supervisiona a análise de segurança nacional relacionada aos investimentos estrangeiros no país.

Novo gabinete de Trump em preparo: é hora de investir nos EUA?

Como investidor, Bessent sempre estabeleceu um método de “macro investing”, baseado em dados econômicos ou fatores geopolíticos para identificar grandes movimentos dos ativos.

Assim como ele, os analistas da Empiricus Research mantém um radar atento aos principais eventos nacionais e internacionais na hora de escolher as empresas que vão compor as carteiras de ações recomendadas.

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