Enquanto por aqui os mercados agonizam à espera de alguma sinalização de boa vontade fiscal do governo brasileiro, observamos euforia nos Estados Unidos por conta da nova eleição de Donald J. Trump.
Desde o anúncio dos resultados, as ações americanas disparam em uma das maiores subidas desde a eleição de Herbert Hoover.
Todavia, Hoover foi eleito em 1928, e as ações subiram 40%, mas logo veio o colapso de 1929. Será que estamos vendo uma repetição histórica?
Desde que Trump foi reeleito, uma parte dos americanos está em êxtase, acreditando que os “dias felizes estão de volta.” Outra parte, porém, chora, apavorada com a crença de que a maior democracia está com os dias contados.
No meio, muitos observam o que acontecerá mas, enquanto não descobrem, aproveitam para investir em tudo que se move, e as cotações agradecem.
De qualquer forma, desta vez a vitória dos republicanos foi por uma margem tão grande que nem as desculpas habituais dos democratas — interferência russa, desinformação, má sorte — parecem convencer.
Com Trump eleito, o otimismo empresarial é palpável. Há uma crença generalizada de que a confiança funciona como uma profecia autorrealizável. Os líderes empresariais estão certos de que haverá um boom de investimentos, impulsionando a economia e o mercado de ações.
Trump promete um governo mais eficiente e menos regulado. Empresários aplaudem, acreditando que os EUA se tornarão o lugar mais seguro para fazer negócios.
A expectativa é de que o capital barato crie um ciclo virtuoso de crescimento. Mas será que menos regulamentação realmente significa mais prosperidade? Talvez não devamos olhar muito de perto para os monopólios que podem surgir.
Empresas estrangeiras estão em pânico para estabelecer presença em solo americano, temendo ficar de fora do mercado mais importante do mundo. E quem pode culpá-las? Com a China em dificuldades e a Europa em crise, os EUA parecem a terra prometida — pelo menos na narrativa.
No entanto, o otimismo com o mercado tradicional não é o único fenômeno em alta. Bitcoin, que muitos consideravam uma “bolha” ou uma simples curiosidade, está em seu momento de glória.
Desde o anúncio da vitória de Trump, o preço do Bitcoin disparou, refletindo uma nova onda de interesse por ativos descentralizados.
Para alguns investidores, a recente valorização da criptomoeda é uma resposta direta às incertezas sobre o futuro da economia global e ao aumento das tensões geopolíticas.
Com a perspectiva de desregulamentação e um governo mais favorável aos negócios, há quem acredite que as criptomoedas finalmente terão o seu momento de consagração nos EUA.
A promessa de menos regulamentação e mais liberdade financeira se alinha bem com a filosofia por trás das criptomoedas.
Investidores, desconfiados do sistema financeiro tradicional e da dívida nacional que cresce sem controle, estão migrando para o Bitcoin como uma forma de proteção e um meio de escapar da inflação.
A ideia de que “a democracia está em perigo” é vista com ceticismo por essa comunidade, que enxerga o sistema financeiro centralizado como a verdadeira ameaça à liberdade.
Kamala Harris representava o sistema que acumulou uma dívida de 36 trilhões de dólares, enriquecendo ainda mais os ricos e deixando a classe trabalhadora estagnada.
Não é surpresa que o eleitorado tenha rejeitado essa continuidade. Da mesma forma, investidores cansados de um sistema financeiro que parece beneficiar apenas os poderosos agora buscam alternativas nas criptomoedas.
Preparem-se: o crescimento econômico está prestes a explodir… ou implodir, dependendo de como se olha.
E, se a bolha estourar, não se surpreenda ao ver o Bitcoin voar ainda mais alto, como um bote salva-vidas em um mar turbulento.
O post Surfando a onda vermelha apareceu primeiro em Empiricus.