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Semana de Expectativas e Apostas: Mercados Olham para Inflação nos EUA e Varejo Global

Semana de Expectativas e Apostas: Mercados Olham para Inflação nos EUA e Varejo Global

Os mercados globais começaram a semana com uma leve alta, em meio à expectativa dos investidores em torno dos dados mais recentes sobre a inflação nos Estados Unidos, que podem ser decisivos para o futuro das taxas de juros no país. No Brasil, as atenções se voltam para a possível indicação de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central, enquanto nos Estados Unidos, o setor de varejo promete ser o destaque da temporada de resultados trimestrais que está chegando ao fim.

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A trajetória das taxas de juros nos EUA permanece no centro das atenções dos investidores, especialmente com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de julho, prevista para quarta-feira. Esse dado é crucial, pois poderá indicar se o Federal Reserve (Fed) está próximo de iniciar cortes nas taxas de juros, possivelmente já em setembro, caso a inflação continue a se aproximar da meta anual de 2%.

Michelle Bowman, uma das dirigentes do Fed, suavizou seu tom geralmente rigoroso ao comentar os recentes avanços na contenção da inflação, mas destacou que a meta de 2% ainda está longe de ser atingida. A expectativa é que o núcleo da inflação anual caia para 3,2%, o menor valor desde abril de 2021, o que poderia aumentar as chances de um corte nas taxas de juros.

Nos mercados, os futuros das ações dos EUA subiram ligeiramente na segunda-feira, com os investidores cautelosos à espera dos dados econômicos importantes. O Dow futures subiu 0,11%, o S&P 500 futures avançou 0,24%, e o Nasdaq 100 futures teve alta de 0,23%. Essa recuperação ocorre após uma semana de perdas moderadas, impulsionada por dados de emprego que aliviaram as preocupações sobre a força do mercado de trabalho.

O setor de varejo está em foco à medida que a temporada de resultados trimestrais chega ao fim. Empresas como Home Depot e Walmart devem divulgar seus resultados, e os investidores estarão atentos ao que essas gigantes do varejo têm a dizer sobre os gastos dos consumidores, um dos principais motores da economia. O desempenho de outras empresas, como Cisco Systems e Fox Corporation, também será monitorado de perto.

Na Europa, o destaque será o relatório de lucros do maior banco suíço, o UBS, além de uma semana movimentada para o setor de seguros, com Hannover Re, Aviva, NN Group e Admiral divulgando seus resultados. Na China, gigantes da internet como Tencent, Alibaba e JD.com também estão programados para apresentar seus números trimestrais, o que pode fornecer insights sobre a saúde da economia chinesa.

O Reino Unido terá uma semana intensa de divulgação de dados econômicos, com o foco na inflação e no crescimento salarial. O Banco da Inglaterra cortou as taxas de juros pela primeira vez desde 2020, e os investidores aguardam para ver se a autoridade monetária dará continuidade a esse movimento. A inflação no setor de serviços continua sendo uma preocupação, e os dados divulgados nesta semana serão cruciais para as próximas decisões do Banco.

Enquanto isso, os preços do petróleo continuam subindo, impulsionados por tensões geopolíticas no Oriente Médio e sinais positivos da economia dos EUA. O petróleo dos EUA (WTI) subiu 1,16%, para US$ 77,73 por barril, enquanto o Brent avançou 0,92%, para US$ 80,39 por barril. As tensões entre Irã, Hezbollah e Israel aumentaram as preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento de petróleo, o que elevou os preços.

No Brasil, cresce a expectativa pela indicação de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central. Segundo apuração do jornal Valor Econômico, o Senado já considera certa a escolha de Galípolo, atual diretor de Política Monetária da autarquia, para substituir Roberto Campos Neto. O nome de Galípolo deve ser oficializado em breve, e a sabatina no Senado já está sendo planejada. Galípolo tem adotado um tom rigoroso em suas declarações públicas, sugerindo que o Banco Central poderá até aumentar as taxas de juros novamente se as expectativas inflacionárias exigirem.

Enquanto isso, o ETF EWZ, que reflete o desempenho das ações brasileiras negociadas em Nova York, estava estável no pré-mercado, sinalizando uma espera cautelosa dos investidores em relação às decisões políticas e econômicas que estão por vir.

A semana promete ser agitada, com decisões cruciais para os mercados globais e uma série de dados econômicos que poderão definir o rumo das taxas de juros e do crescimento econômico nos próximos meses.