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Rendimentos dos Treasuries caem com inflação e leilão forte

Rendimentos dos Treasuries caem com inflação e leilão forte

Queda dos rendimentos dos Treasuries após leilão positivo

A queda dos rendimentos dos Treasuries foi o principal destaque no mercado financeiro nesta quinta-feira. O movimento ganhou força especialmente após um leilão bem-sucedido de títulos de 10 anos, além de uma pausa estratégica nas tarifas comerciais. Como resultado, o cenário passou a indicar uma leve recuperação do sentimento dos investidores. Esses fatores, por sua vez, contribuíram para conter o nervosismo que havia se intensificado após as liquidações expressivas registradas no início da semana.

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A confiança foi restaurada de forma gradual, à medida que investidores reagiram positivamente ao leilão do Tesouro. Além disso, dados divulgados sobre a inflação americana contribuíram para um cenário mais favorável à renda fixa.

Inflação abaixo do esperado reforça queda dos Treasuries

Os dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos surpreenderam ao apontar uma leve queda de 0,1% em março. Em fevereiro, o índice havia subido 0,2%. Ao excluir os componentes voláteis, como energia e alimentos, o núcleo da inflação teve alta de apenas 0,1%.

Esse desempenho da inflação reduziu as expectativas de aumento na taxa de juros por parte do Federal Reserve. Como resultado, investidores buscaram segurança em títulos do Tesouro, o que reforçou ainda mais a queda dos rendimentos dos Treasuries no curto prazo.

Leilão de 10 anos contribui para queda dos rendimentos

O leilão de US$39 bilhões em Treasuries de 10 anos, realizado na quarta-feira, foi um fator determinante para o comportamento dos rendimentos. Nesse contexto, os investidores demonstraram forte demanda, o que muitos interpretaram como um sinal claro de confiança, mesmo em meio a um cenário com crescentes incertezas econômicas e políticas.

A reação positiva ao leilão trouxe alívio, especialmente após os temores causados pelas liquidações em massa promovidas por fundos de hedge, que haviam elevado os rendimentos de forma abrupta nos dias anteriores.

Volatilidade e riscos ainda afetam o mercado de títulos

Apesar do alívio recente, o mercado de títulos continua exposto a riscos. A especulação de que grandes detentores estrangeiros, como a China, estejam reduzindo suas participações em Treasuries gera receios entre os investidores. Além disso, a tensão na relação comercial entre Estados Unidos e China permanece elevada.

Outro ponto de atenção é o leilão de US$22 bilhões em Treasuries de 30 anos, previsto para esta quinta-feira. Títulos de longo prazo têm sido os mais voláteis, e qualquer sinal de baixa demanda pode reverter a atual queda dos rendimentos dos Treasuries.

Impactos da inflação sobre os rendimentos dos Treasuries

A conexão entre inflação e rendimento dos Treasuries continua direta. Com a inflação mais controlada, cresce a percepção de que o Fed terá menos motivos para aumentar os juros. Esse cenário favorece o mercado de renda fixa, que se beneficia de expectativas de estabilidade monetária.

Os títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, por consequência, recuaram 4,7 pontos-base, fechando a 4,349%. Além disso, o título de dois anos caiu 8,1 pontos-base, ficando em 3,868%. Por outro lado, o rendimento do Treasury de 30 anos subiu ligeiramente 0,8 ponto-base, alcançando 4,780%. Por fim, a curva entre dois e dez anos se acentuou em cerca de 6 pontos-base, atingindo 48 pontos-base.

Conclusão

A recente queda dos rendimentos dos Treasuries foi impulsionada por múltiplos fatores: um leilão com forte demanda, dados de inflação mais baixos e uma pausa temporária nas tarifas comerciais. Ainda que o movimento indique estabilização, o cenário permanece sensível a novos dados econômicos e decisões geopolíticas.

Para os investidores, o momento exige cautela e atenção às próximas movimentações do Federal Reserve e à evolução das tensões com a China. A curva de juros e os próximos leilões serão essenciais para confirmar a tendência observada.


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