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Queda no Consumo das Famílias em 2024 Impacta Economia

Queda no Consumo das Famílias em 2024 Impacta Economia

Queda do Consumo das Famílias em 2024 e Seus Impactos na Economia

A queda do consumo das famílias no quarto trimestre de 2024 surpreendeu o mercado. Esse declínio reflete diretamente os efeitos da política monetária restritiva do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros para conter a inflação. O impacto dessa redução de despesas levanta discussões sobre o crescimento econômico e os próximos passos da autoridade monetária.

Contexto da Queda do Consumo das Famílias

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O consumo das famílias caiu 1,0% no quarto trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior. Muitos economistas projetavam um leve crescimento, mas o resultado foi inferior às expectativas. Além disso, o setor de serviços cresceu apenas 0,1%, contribuindo para que o PIB trimestral aumentasse apenas 0,2%, frustrando projeções do mercado.

Jason Tuvey, economista da Capital Economics, afirmou que o “período recente de forte crescimento do Brasil chegou a um fim abrupto”. Ele revisou a projeção de crescimento do PIB para 2025, reduzindo de 2,3% para 1,8%. Esse cenário pode influenciar o Banco Central a interromper a alta de juros, atualmente prevista para atingir 14,25%.

Outro fator relevante para essa queda do consumo das famílias é a perda de poder de compra devido à inflação. Com o custo de vida mais alto, as famílias acabam reduzindo os gastos com bens e serviços não essenciais, impactando setores como varejo, turismo e lazer.

Possíveis Reações do Banco Central

Diante da desaceleração do consumo das famílias, alguns economistas acreditam que o Banco Central pode encerrar seu ciclo de aperto monetário. Tony Volpon, ex-diretor do BC, destacou que a “queda do consumo mostra uma parada súbita no momentum econômico”, o que reforça a expectativa de que a próxima alta da Selic, prevista para março, seja a última deste ciclo.

Atualmente, o mercado financeiro esperava que os juros atingissem 15% em junho, mas com os novos dados, há especulações de que o pico seja alcançado antes do previsto. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá em março para definir os próximos passos.

A incerteza sobre os efeitos futuros da política monetária também impacta a confiança do consumidor e dos investidores. O setor produtivo pode postergar decisões de expansão e contratação, gerando impactos prolongados no mercado de trabalho e no crescimento econômico.

Impactos da Política Monetária na Demanda Doméstica

A restrição monetária tem como objetivo reduzir a inflação, mas também afeta diretamente o consumo das famílias. O aumento dos juros reduz o crédito disponível, encarecendo financiamentos e diminuindo a demanda por bens e serviços.

Segundo Marcela Rocha, economista-chefe da Principal Asset Management, a queda do consumo é um sinal de que o Banco Central pode continuar monitorando a economia sem um “guidance” definido para as próximas decisões. Isso dá tempo para avaliar se a inflação está convergindo para a meta.

O reflexo da política monetária restritiva também pode ser observado no mercado imobiliário e automotivo, que são setores altamente dependentes do crédito. Com os juros elevados, a demanda por financiamento cai, reduzindo o volume de vendas e impactando toda a cadeia produtiva desses segmentos.

Projeção para o Crescimento em 2025

Para Rodolfo Margato, economista da XP, os efeitos da política monetária já são visíveis na economia, mas ainda não representam uma reversão de tendência. Ele aponta que, sem o setor agropecuário, o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2025 ficaria em torno de 0,5%, refletindo a fragilidade do consumo privado.

Algumas medidas governamentais podem estimular o consumo no curto prazo, como a liberação de recursos do FGTS e a ampliação do crédito consignado. No entanto, para Flavio Serrano, economista-chefe do banco Bmg, esses incentivos podem não ser suficientes para reverter a desaceleração da demanda doméstica.

Outro ponto de atenção é o impacto da política fiscal do governo. Caso haja aumento de gastos públicos para estimular a economia, isso pode gerar pressão inflacionária, dificultando ainda mais a tomada de decisões pelo Banco Central.

Conclusão

A queda do consumo das famílias no fim de 2024 reforça a previsão de desaceleração econômica para 2025. O impacto da política monetária é evidente, levando o Banco Central a reconsiderar suas decisões futuras. Com as incertezas sobre o crescimento e a inflação, o cenário econômico segue desafiador nos próximos meses.


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