Preço do Bitcoin mostra força mesmo com tensão global
O preço do Bitcoin tem demonstrado uma resiliência notável, especialmente diante das crescentes tensões no Oriente Médio, que se intensificaram após o agravamento do conflito entre Israel e Irã. Apesar disso, mesmo com o aumento das incertezas geopolíticas, a criptomoeda conseguiu ainda assim manter-se acima da importante marca dos US$ 100.000. Consequentemente, esse movimento sinaliza não apenas um momento de consolidação, como também de força estrutural dentro do atual ciclo de valorização, o que reforça a confiança do mercado no ativo digital.
Segundo Diego Consimo, CEO da Crypto Investidor, a criptomoeda encerrou a semana estável, com variação de apenas -0,1%, e alcançou uma máxima local de US$ 108.780. A sustentação acima do suporte de US$ 105.000, mesmo sob forte tensão internacional, reforça a percepção de amadurecimento do mercado e consolida o Bitcoin como um possível porto seguro em tempos de crise.
Esse comportamento reforça a confiança dos investidores e pode desencadear uma tentativa de rompimento do topo histórico no curto prazo. O analista acredita que a pressão sobre as posições vendidas nos derivativos pode acelerar esse movimento.
Bitcoin se consolida como ativo de proteção
De acordo com a QR Asset Management, o padrão observado recentemente — queda inicial seguida de recuperação firme — é típico de momentos de crise. Isso demonstra que o Bitcoin, graças à sua natureza descentralizada e alcance global, tende a se recuperar mais rapidamente que ativos tradicionais.
Essa dinâmica o posiciona como um ativo de proteção eficiente contra turbulências, similar ao ouro em momentos de instabilidade global. Nos ciclos anteriores, grandes conflitos ou incertezas econômicas provocavam fortes correções no Bitcoin. Agora, no entanto, ele mostra maturidade e capacidade de preservar valor, mesmo quando os mercados tradicionais enfrentam quedas bruscas.
Esse novo comportamento atrai não apenas investidores de varejo, mas também institucionais, que buscam ativos com baixa correlação com o sistema financeiro convencional. Isso contribui para fortalecer a percepção do Bitcoin como reserva de valor legítima.
Juros, inflação e dólar: fatores que impulsionam o BTC
O contexto macroeconômico internacional também exerce influência direta sobre o preço do Bitcoin. A proximidade da reunião do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), marcada para 18 de junho, coloca em destaque os rumos da política monetária dos Estados Unidos.
Embora os dados recentes de inflação tenham vindo abaixo das expectativas, não houve mudanças relevantes nas previsões de cortes nas taxas de juros até o final de 2025. Ainda assim, a política tarifária agressiva do presidente Donald Trump, somada à disparada no preço do petróleo, mantém o ambiente volátil.
Anthony Pompliano, conhecido defensor do Bitcoin, destacou em uma postagem na rede X que o comportamento combinado de alta no petróleo e desvalorização do dólar historicamente impulsiona o preço do Bitcoin. Se esse padrão se repetir, poderemos ver uma nova onda de valorização da criptomoeda nas próximas semanas.
Análise técnica sugere continuação da tendência
Na análise gráfica, Diego Consimo afirma que o Bitcoin permanece acima da média móvel de 50 períodos no gráfico diário. Isso, por si só, já indica força compradora. Segundo ele, o ativo se consolida entre US$ 100.000 e US$ 110.500, e a configuração atual favorece uma tentativa de rompimento da resistência, com alvos entre US$ 112.000 e US$ 114.000.
Indicadores técnicos como o OBV (on-balance volume) e o RSI (índice de força relativa) também reforçam a tese otimista. O OBV rompeu a linha de tendência de baixa, enquanto o RSI está prestes a testar sua própria resistência. Ambos sinalizam uma pressão compradora crescente, o que pode antecipar novos avanços no preço do Bitcoin.
Esses sinais técnicos sugerem que o mercado está se preparando para uma movimentação expressiva, mesmo em um ambiente global de instabilidade e riscos geopolíticos.
Mercado de derivativos pode provocar short squeeze
Outro fator que pode impulsionar o preço do Bitcoin é a atual configuração do mercado de derivativos. Segundo dados da CoinAnk, há mais de US$ 1,3 bilhão em posições vendidas que podem ser liquidadas caso o preço ultrapasse a faixa atual.
Essa liquidação forçada, chamada de short squeeze, geralmente gera movimentos rápidos de valorização, pois os vendedores precisam recomprar posições para evitar perdas maiores. Com isso, o volume de compra cresce repentinamente, impulsionando o preço para cima.
Além disso, o interesse aberto nos mercados futuros segue elevado, o que reforça a possibilidade de volatilidade nas próximas sessões. O comportamento do preço nos próximos dias será fundamental para confirmar se esse movimento se concretizará.
Conclusão: Bitcoin mostra maturidade e força em crises
O comportamento recente do preço do Bitcoin revela um padrão diferente dos ciclos anteriores. Antes, em situações de crise global, o ativo reagia com quedas bruscas. Agora, ele se mantém firme, atrai fluxo comprador e sustenta níveis elevados mesmo sob pressão geopolítica e macroeconômica.
A soma dos fatores técnicos, conjuntura internacional e comportamento nos derivativos aponta para uma possível continuação da tendência de alta. Se o cenário atual persistir, é plausível esperar que o Bitcoin teste novos topos históricos ainda neste ciclo.
Para investidores, esse momento representa uma oportunidade de observar como a principal criptomoeda do mercado responde a eventos críticos globais, reafirmando seu papel como um dos ativos mais relevantes da nova economia digital.
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