Preço do Bitcoin recua, mas mantém suporte e otimismo
O preço do Bitcoin iniciou o mês de agosto com uma leve retração, porém mantendo estrutura técnica estável e otimismo entre investidores institucionais. Mesmo após cair para a região de US$ 112 mil, o ativo continua sustentado por fatores como entrada líquida em ETFs, suporte técnico forte e redução na especulação de curto prazo.
Segundo Yoandris Rives Rodriguez, da B2BINPAY, essa movimentação não deve ser interpretada como uma reversão de tendência. Ao contrário, ele acredita que a consolidação atual representa uma nova fase de acúmulo, típica de mercados liderados por investidores institucionais.
“Traders experientes continuam utilizando estratégias como o buy the dip, especialmente após aportes recordes em ETFs. Em julho, por exemplo, mais de US$ 6 bilhões entraram nesses fundos”, afirma Rodriguez.
Momentum técnico desacelera, mas ainda sustenta tendência
O analista Axel Adler Jr., da CryptoQuant, observa que o momentum de 30 dias caiu de +8,6% para +3,0%. Embora positivo, o indicador mostra um enfraquecimento da tendência de alta. Para que um novo ciclo de valorização aconteça, Adler acredita que o índice precisa retornar à faixa entre 8% e 10%.
Esse dado é relevante, pois sinaliza que o mercado aguarda um novo gatilho para retomar sua trajetória ascendente. Apesar da queda, o preço do Bitcoin segue estável próximo ao nível de Max Pain, em US$ 118 mil, o que reforça o sentimento de equilíbrio entre compradores e vendedores.
Mercado de opções sugere pressão otimista
No ambiente dos derivativos, os dados indicam que o viés ainda é positivo. Os volumes em opções de compra nos strikes entre US$ 130 mil e US$ 140 mil cresceram cerca de 1,5 milhão de contratos, enquanto os volumes nas opções de venda, entre US$ 100 mil e US$ 105 mil, caíram cerca de 0,8 milhão.
Esses dados mostram que os traders institucionais continuam apostando na retomada da alta, caso o suporte em US$ 112 mil se mantenha firme. O possível rompimento da resistência em US$ 118 mil pode levar o Bitcoin rapidamente para a zona dos US$ 122 mil–125 mil.
Dados on-chain indicam consolidação e acúmulo
Os dados on-chain reforçam o cenário de consolidação. Houve uma queda de 23,6% nos volumes de transferência, refletindo menor atividade especulativa. Além disso, o número de carteiras ativas recuou 10,7%, o que mostra que os participantes do varejo estão mais cautelosos.
A taxa de hash também caiu 4,6%, possivelmente devido a manutenção programada. Ainda assim, a segurança da rede continua sólida. Outro dado importante é a saída líquida de BTC das exchanges, que permaneceu negativa em -0,5%, sinalizando acúmulo e confiança no médio e longo prazo.
Tendências para o preço do Bitcoin em agosto
O mês começou com sinais de enfraquecimento na tendência de alta. O indicador ADX caiu de 55 para 36, enquanto o Oscilador Extremo de Ciclo indicou alerta com métricas acima do normal. Isso ocorreu logo após o Bitcoin atingir uma nova máxima histórica acima de US$ 119 mil, sustentado por fortes entradas de capital futuro.
Mesmo com a queda, o suporte em US$ 110 mil–113 mil se mantém intacto. Segundo Adler, se o preço se mantiver nesse intervalo e o momentum voltar a crescer, o mercado poderá testar novamente os níveis de US$ 119 mil–122 mil nas próximas semanas.
Em um cenário adverso, com perda do suporte e aumento nos volumes de venda, o BTC pode recuar até US$ 105 mil. Esse ponto seria crítico para a manutenção da estrutura de alta no médio prazo.
Fatores macroeconômicos influenciam a dinâmica de preço
Além dos indicadores técnicos, o cenário macroeconômico também exerce pressão sobre o mercado. A divulgação de um relatório fraco de emprego nos EUA e a manutenção das taxas de juros pelo Federal Reserve geraram um movimento de aversão ao risco, que impactou negativamente ativos como o Bitcoin.
Ainda assim, a acumulação por parte de grandes players, como Michael Saylor, que adicionaram 30 mil BTC às suas posições, reforça a visão de que o ciclo de alta continua intacto, embora temporariamente pausado.
Conclusão: estabilidade como ponte para retomada
O preço do Bitcoin enfrenta uma fase de pausa técnica e consolidação, típica de ciclos longos de valorização. A redução no volume on-chain, a permanência dos fundos institucionais e os dados dos derivativos indicam que o mercado está se reorganizando antes de um novo movimento de alta.
Caso os principais suportes resistam e o momentum se recupere, é possível que o Bitcoin reteste sua máxima histórica ainda em agosto. O equilíbrio entre fatores técnicos, institucionais e macroeconômicos será decisivo para o próximo grande movimento do ativo.