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Mercado de DIs oscila com tarifas de Trump e Copom estável

Mercado de DIs oscila com tarifas de Trump e Copom estável

Mercado de juros no Brasil reage a tarifas de Trump e Copom firme

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O mercado de juros no Brasil registrou forte volatilidade nesta terça-feira, 9 de julho, com destaque para os DIs de vencimentos longos. A oscilação refletiu o impacto de declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre novas tarifas comerciais, além da manutenção da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A frase-chave “mercado de juros no Brasil” conduz a análise deste cenário desafiador para investidores e autoridades.

Tensão global pressiona juros

Logo nas primeiras horas da manhã, o mercado de juros no Brasil respondeu positivamente à notícia de que as novas tarifas anunciadas por Trump só entrarão em vigor em 1º de agosto. Esse intervalo abriu espaço para possíveis negociações comerciais, o que aliviou o estresse inicial entre os investidores. Ainda assim, o impacto sobre os contratos mais longos foi limitado devido à influência externa, especialmente pelo avanço nos rendimentos dos Treasuries norte-americanos.

O ex-presidente dos EUA anunciou tarifas de 50% sobre cobre e prometeu novas tarifas sobre semicondutores, produtos farmacêuticos e países do BRICS. Tais medidas elevaram os temores sobre uma pressão inflacionária global, o que impacta diretamente o mercado de juros no Brasil, já que pode influenciar decisões futuras do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro.

Juros de curto prazo recuam

Na curva de Depósitos Interfinanceiros (DIs), os contratos de vencimento mais curto apresentaram queda. O DI para janeiro de 2026, por exemplo, fechou com taxa de 14,92%, e o DI para janeiro de 2027 recuou para 14,17%. Essa redução é reflexo direto do alívio temporário nos mercados, após o anúncio de Trump e a valorização do real frente ao dólar.

Contudo, é importante notar que o mercado segue em compasso de espera. Investidores aguardam novos sinais da política monetária dos Estados Unidos e reações do governo brasileiro diante do cenário externo, que permanece instável.

Contratos longos sobem com influência dos Treasuries

Apesar do alívio inicial, os contratos de longo prazo subiram ao longo do dia. O DI para janeiro de 2031 passou de 13,395% para 13,44%, e o de janeiro de 2033 avançou de 13,454% para 13,51%. Esse movimento foi impulsionado pelo aumento nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos, que chegaram a 4,411% no fim da tarde. O comportamento do mercado americano tem forte peso sobre o mercado de juros no Brasil, principalmente em momentos de menor liquidez, como na véspera de feriados.

Além disso, operadores relataram escassez de agentes dispostos a vender taxa na ponta longa. Com menor volume de negócios, as taxas acabam mais suscetíveis a pressões pontuais, o que também justifica o movimento de alta registrado no fim da sessão.

Copom indica manutenção da Selic

Durante a tarde, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de um evento em Brasília e reforçou o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação e a credibilidade do sistema. Ele afirmou que, apesar das críticas, manter a Selic em 15% é essencial para cumprir as metas definidas. As declarações de Galípolo fortaleceram a percepção do mercado de que o Copom manterá a taxa na próxima reunião.

De acordo com a precificação da B3, a probabilidade de manutenção da Selic está em 94%. Apenas 6% do mercado aposta em uma nova alta de 0,25 ponto percentual. Esse cenário reforça a estabilidade da política monetária doméstica, mesmo com o cenário externo volátil.

Conclusão: incertezas exigem atenção redobrada

O mercado de juros no Brasil vive dias de forte oscilação. Enquanto as taxas curtas refletem certo alívio com as tarifas de Trump, os contratos longos ainda absorvem os efeitos da alta dos Treasuries e da cautela dos investidores. A manutenção da Selic pelo Copom contribui para dar previsibilidade ao cenário interno, mas não elimina os riscos trazidos por fatores externos.

Por isso, acompanhar os desdobramentos da política comercial dos EUA e os dados de inflação continua essencial para entender o rumo do mercado de juros no Brasil nos próximos meses.


Entenda o impacto das decisões do Copom na taxa Selic