Descubra como as taxas dos contratos de DI reagiram antes do anúncio do Copom sobre a Selic. Entenda o impacto das expectativas de votação dividida no mercado financeiro.
As taxas dos contratos de DI no mercado brasileiro mostraram movimentos distintos nesta quarta-feira, com investidores ajustando posições antes da decisão do Copom sobre a taxa Selic. As taxas de curto prazo subiram, refletindo a ansiedade do mercado em relação a um possível placar dividido no colegiado, o que poderia aumentar a volatilidade na curva de juros.
No fechamento do pregão, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,695%, um aumento em relação ao ajuste anterior de 10,668%. Para janeiro de 2026, a taxa era de 11,315%, ante 11,285% do ajuste anterior, enquanto para janeiro de 2027 estava em 11,63%, ligeiramente abaixo dos 11,634% anteriores.
Os contratos mais longos também viram movimentos, com a taxa para janeiro de 2031 em 12,13% e para janeiro de 2033 em 12,14%, mostrando pequenas variações em relação aos ajustes anteriores.
O mercado reagiu à falta de operações nos Estados Unidos devido ao feriado de Juneteenth, o que resultou em liquidez reduzida e maior cautela entre os investidores. A expectativa em torno da decisão do Copom levou os agentes econômicos a adotarem posições defensivas, exigindo prêmios maiores para assumir riscos.
Profissionais do mercado observaram que, embora haja um consenso de que a Selic será mantida em 10,50% ao ano, há incerteza sobre a possibilidade de uma votação dividida. Essa incerteza é amplificada pelo contexto político, com comentários recentes do presidente Lula sobre o presidente do BC, Roberto Campos Neto, adicionando um elemento de tensão adicional.
A proximidade da troca de governo no Banco Central também contribui para o clima de expectativa elevada em relação à decisão do Copom. A possível nomeação do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência da instituição está em pauta, e seu voto poderá ser crucial para o resultado da votação.
No momento do fechamento do mercado, a curva de juros indicava uma alta probabilidade de manutenção da Selic em 10,50%, com apenas 4% precificados para um aumento de 25 pontos-base. Um placar dividido no Copom, como um 5 a 4, é visto como potencialmente negativo para os ativos financeiros, enquanto uma decisão unânime poderia trazer algum alívio.
O mercado de DI segue atento não apenas aos movimentos das taxas de curto e longo prazo, mas também às repercussões políticas e econômicas da decisão do Copom. O resultado da votação terá um impacto direto na inflação, no câmbio e nas expectativas futuras para a política monetária no Brasil.