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Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3), SBF (SBFG3): o que podemos esperar do resultado das varejistas no 3T24? Analista responde

Investidores de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) devem manter as expectativas baixas para os resultados trimestrais das companhias. Na visão do analista de ações da Empiricus Research Henrique Cavalcante, essas empresas de e-commerce ainda devem ver números calejados em um setor pressionado pela inflação e competitividade. 

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Nesta segunda-feira (21), o Giro do Mercado, programa de notícias diários do Money Times, portal do Grupo Empiricus, contou com a participação do analista e da apresentadora Paula Comassetto para avaliar o que pode-se esperar das varejistas no 3T24.

Analista tem perspectiva otimista para subsetor do varejo em 2024; veja qual

Em agosto, as vendas do varejo no Brasil recuaram 0,3% em comparação a julho, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE. Por outro lado, o comércio varejista acumula alta de 5,1% até agosto de 2024, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,0%. 

Diante de um novo ciclo de aperto monetário, um dos setores mais impactados pela alta da Selic tende a ser o varejo. Cavalcante, entretanto, tem um contraponto. Em sua visão, os balanços devem apresentar uma melhora sequencial, como visto nos últimos trimestres.

“Durante os anos de 2022 e 2023, empresas varejistas precisaram passar por um ajuste de operações, de malha logística, estrutura corporativa, quadro de funcionários, etc”, contextualiza o analista e destaca: “O varejo de vestuário, especificamente, deve apresentar resultados melhores, porque na minha visão foram os que fizeram melhores adaptações até agora.”

Lojas Renner (LREN3) e C&A (CEAB3) revertem cenário de inadimplência

Na visão de Cavalcante, empresas de vestuário têm maior chance de se beneficiar com o cenário econômico atual. Isso porque, os dados mais baixos de desemprego impulsionam o consumo do público-foco destes produtos.

“Quando a gente olha para a população de média e baixa renda, as empresas com verticais financeiras [como Renner e C&A] precisaram fazer adequações para evitar inadimplência. Elas ‘tiraram o pé’ da concessão do crédito e fizeram uma melhor avaliação de crédito dos clientes, o que reflete positivamente”, explica o analista durante o Giro do Mercado. 

Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) vs. Amazon (AMZO34) e Mercado Livre (MELI34): a batalha continua

A decepção com as lojas e-commerces, mais especificamente MGLU3 e BHIA3, é resultado de um cenário cada vez mais adverso para estes tickers. “As expectativas são baixas não apenas para este 3T24, como também no longo prazo”, comenta o analista. 

Segundo Cavalcante, a competitividade do setor parece adotar uma lógica de “the winner takes it all” (do inglês, “o vencedor leva tudo”). “Esta é uma categoria que poucos vencem e, nesse caso, Mercado Livre e Amazon tomaram o market share de uma forma colossal, espremendo as companhias nacionais”, explica. 

As operações das duas gigantes têm se mostrado muito mais eficientes do que Magalu e Casas Bahia, na visão do analista. Para a primeira, é até possível visualizar uma melhora na rentabilidade neste próximo trimestre, acredita ele, mas nada que chegue ao nível das outras. 

Uma das estratégias de Magazine Luiza atualmente para ter uma melhora de vendas foi fechar uma parceria de vendas cruzadas, que pode refletir no balanço do 4º trimestre (4T24). “[A Magalu] vem tomando medidas que possam ajudar o resultado na medida do possível, mas o ponto de virada não passa por aí.” 

“É muito difícil ver a MGLU3 tendo a mesma perspectiva de crescimento que tinha em 2018 e 2019, com o tamanho que essas outras gigantes tomaram conta no Brasil. O Mercado Livre, por exemplo, conseguiu desenvolver uma estratégia de logística, de área de atuação e tempo de entrega muito atrativo no Brasil”, avalia o analista. 

Além disso, o próprio MeLi conta com a venda de grandes marcas de roupas, como Levi’s e Calvin Klein, e já anunciou que quer competir com o Nubank (ROXO34) no México, em seu desdobramento financeiro.

O melhor resultado não significa maior alta na bolsa: analista indica ação “fora do radar”

O melhor desempenho de ações na bolsa não necessariamente vai ser equivalente ao melhor balanço trimestral, defende o analista. Isso porque o mercado tende a antecipar a precificação dos papéis de acordo com as expectativas. 

Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3) vão reportar um dos melhores no segmento, mas as ações já subiram com antecedência. A reação do mercado é em relação ao que já está precificado. Se for ainda melhor do que o esperado, pode subir mas”, explica Cavalcante.

Como exemplo deste caso, o analista acredita que o Grupo SBF (SBFG3), controlador das lojas Centauro, não deve apresentar seu melhor resultado. Porém, com uma ação negociando a 7,8 vezes lucro, o analista classifica os papéis como atrativos no momento. 

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