IGP-M sobe 0.27% em janeiro e desacelera menos que o esperado
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) sobe 0,27% em janeiro, registrando, portanto, uma desaceleração menor do que a prevista por analistas. Além disso, o índice, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), vinha de uma alta de 0,94% em dezembro. Consequentemente, com esse resultado, o acumulado em 12 meses atinge 6,75%.
O IGP-M é, sem dúvida, um dos principais indicadores da inflação no Brasil e, por isso, é amplamente utilizado para reajustes de contratos de aluguel e tarifas de serviços públicos. Além disso, o desempenho de janeiro indica que a inflação ainda persiste em alguns setores, mesmo com a desaceleração observada.
Influência dos preços no atacado
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% da composição do IGP-M, teve um avanço de 0,24% em janeiro. Esse valor representa uma forte desaceleração em relação ao aumento de 1,21% no mês anterior. A redução nos preços de importantes commodities, como a soja em grão (-5,71%), bovinos (-2,17%) e suínos (-11,24%), contribuiu para esse resultado.
Apesar da queda desses produtos, outros itens do atacado apresentaram alta. O milho, por exemplo, teve leve aumento devido às condições climáticas que impactaram a oferta. Além disso, alguns insumos industriais também apresentaram alta, reduzindo a intensidade da desaceleração geral do IPA.
Impacto nos preços ao consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, registrou leve alta de 0,14% em janeiro, acima dos 0,12% observados em dezembro. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelo grupo Alimentação, que subiu 1,31% no mês. O destaque foi o tomate, cujo preço disparou 20,33%, refletindo problemas sazonais na produção.
Outros grupos também apresentaram variações. O segmento de Educação teve uma alta expressiva devido ao período de reajustes escolares, enquanto Transportes tiveram impacto mínimo, uma vez que os combustíveis mantiveram estabilidade no período.
Setor da construção segue em alta
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que compõe 10% do IGP-M, também apresentou crescimento, passando de 0,51% em dezembro para 0,71% em janeiro. Esse aumento foi puxado pelo encarecimento da mão de obra e pela alta nos preços de materiais de construção, especialmente cimento e aço.
A construção civil tem sido impactada por fatores como flutuação no custo de insumos e reajustes salariais em acordos coletivos. Apesar da alta, especialistas indicam que a tendência é de estabilização nos próximos meses, conforme o setor se ajusta às condições econômicas atuais.
O que esperar para os próximos meses?
O comportamento do IGP-M em janeiro sugere que a inflação continua influenciada por fatores variados, desde oscilações nos preços de commodities até reajustes sazonais no varejo. A desaceleração menor do que o esperado indica que ainda pode haver pressão inflacionária nos próximos meses.
Investidores e consumidores devem acompanhar os desdobramentos desse indicador, já que ele afeta diretamente aluguéis, serviços e até mesmo decisões de política monetária. O Banco Central pode considerar esse cenário ao avaliar ajustes na taxa de juros, buscando manter a estabilidade econômica.
Diante desse panorama, é essencial monitorar a evolução dos preços e os impactos sobre o consumo e os investimentos. O desempenho do IGP-M nos próximos meses ajudará a definir o rumo da inflação no Brasil.
Artigo sobre a influência do IGP-M no reajuste dos aluguéis.