O Ibovespa registrou queda de 0,31% nesta segunda-feira, com volume financeiro abaixo da média anual. Investidores aguardam decisões sobre política monetária nos EUA.
Ibovespa Registra Queda em Sessão Sem Tendência Clara
Nesta segunda-feira, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, encerrou o dia com um declínio de 0,31%, atingindo 127.750,92 pontos. A sessão foi marcada pela ausência de uma tendência clara e por um volume financeiro abaixo da média do ano, somando 20,25 bilhões de reais frente à média diária de 24,1 bilhões de reais. Os agentes financeiros continuam ajustando suas expectativas em relação à política monetária, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.
Segundo Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, o mercado iniciou a semana em compasso de espera pela ata da última reunião de juros do Federal Reserve, prevista para quarta-feira, e pelos dados de atividade (PMIs) globais, que serão divulgados na quinta-feira. Além disso, os investidores estão atentos à evolução da inflação e dos juros globais, impulsionados pelo aumento dos preços dos metais e pelas tensões geopolíticas.
Estrategistas do Santander revisaram a projeção para o Ibovespa de 160 mil para 145 mil pontos no final do ano, justificando a revisão com o argumento de que a inflação nos EUA pode não estar desacelerando, o que poderia influenciar os planos do Fed de cortar os juros ainda este ano.
Desempenho das Ações e Destaques do Dia
No mercado externo, Wall Street teve uma sessão mista. O S&P 500 e o Nasdaq fecharam em alta, enquanto o Dow Jones terminou o dia no vermelho. Os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos aumentaram no final do dia em Nova York.
Internamente, a pesquisa Focus do Banco Central também influenciou o movimento da bolsa. A pesquisa ajustou para cima as previsões do IPCA e da taxa Selic para o final deste ano, de 9,75% para 10%. Para 2025, a previsão da Selic permaneceu em 9%. Atualmente, a taxa está em 10,50% ao ano.
Entre os destaques do pregão, a Braskem PNA (BRKM3) valorizou-se 3,23% após a Justiça de São Paulo dar ganho de causa a acionistas minoritários que pedem ressarcimento da Novonor por abuso de poder de controle. A ação judicial soma cerca de 5,5 bilhões de reais.
A Petrobras PN (PETR3) fechou com um acréscimo de 0,16%, recuperando-se de uma semana negativa em que acumulou um declínio de quase 12%, após o anúncio da saída do presidente-executivo, que levantou preocupações sobre ingerência política na estatal.
A Vale ON (VALE3) teve uma leve queda de 0,05%, apesar do aumento nos preços futuros do minério de ferro na China, sustentados por medidas de apoio ao setor imobiliário. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou em alta de 1,1%.
Outras ações que se destacaram negativamente foram Itaú Unibanco PN (ITUB3), com queda de 0,3%, e Bradesco PN (BBDC3), com declínio de 0,74%. A IRB (RE) ON (IRBR3) registrou uma queda acentuada de 6,81%, refletindo ajustes após forte valorização no final da semana passada.
A 3R Petroleum ON (RRRP3) perdeu 2,13%, com os agentes ainda avaliando a fusão com a Enauta (ENAT3), formando uma companhia de petróleo com alto potencial de crescimento.
Por fim, a Suzano ON (SUZB3) caiu 0,78%, com a aprovação do conselho de administração para emissão de 5,9 bilhões de reais em debêntures, parte dos recursos destinada ao refinanciamento de dívidas. A empresa também está discutindo a possibilidade de melhorar sua oferta de 15 bilhões de dólares pela International Paper (IP).