Fundo de Bitcoin do Bradesco marca nova fase no mercado cripto
O fundo de Bitcoin do Bradesco representa, portanto, uma virada importante no cenário dos investimentos tradicionais no Brasil. Após obter a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o banco finalmente lançou o “BRADESCO BITCOIN FIF”, seu primeiro fundo 100% voltado ao Bitcoin. Dessa forma, reforça de maneira estratégica sua entrada no crescente universo das criptomoedas.
Embora outras instituições como Banco do Brasil e BTG Pactual tenham saído na frente nesse setor, o Bradesco apostou em uma estratégia sólida, desenvolvida internamente. Esse movimento sinaliza uma tendência crescente de adoção cripto por bancos tradicionais, especialmente os que visam oferecer produtos regulados, acessíveis e bem estruturados.
Como funciona o fundo de Bitcoin do Bradesco
O novo fundo não realiza a compra direta de Bitcoins. Em vez disso, ele investe em cotas de um fundo da Hashdex, o “Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference”, que espelha o desempenho da criptomoeda. Essa abordagem reduz os riscos operacionais ligados à custódia de ativos digitais e proporciona exposição segura ao ativo.
O investimento inicial mínimo é de R$ 500, com possibilidade de saque a partir de R$ 100. Para manter a aplicação ativa, o investidor deve manter esse valor mínimo no fundo. O resgate segue o prazo padrão D+3 e não há taxas no momento do resgate, o que facilita o planejamento financeiro.
Além disso, o fundo possui taxa de administração de 0,45%, considerada competitiva para produtos desse tipo. Outro destaque é a possibilidade de alavancagem de até 70% do patrimônio líquido, o que permite aumentar a exposição ao Bitcoin por meio de derivativos, crédito e outras estratégias. Isso amplia os ganhos potenciais, mas também exige atenção aos riscos.
O histórico do Bradesco com blockchain e criptoativos
Apesar de o fundo de Bitcoin do Bradesco ser recente, a relação do banco com o mercado cripto já dura anos. Desde 2019, o banco tem investido em inovação. Naquele ano, firmou parceria com a IBM para integrar uma rede global de pagamentos baseada em blockchain.
Posteriormente, em 2020, por meio da carteira digital Bitz, o Bradesco adquiriu a fintech 4ward, especializada em soluções de blockchain como serviço (BaaS). A empresa oferece serviços como tokenização de ativos, análise de risco e back-office de pagamentos, ampliando a capacidade tecnológica do banco.
Presença no Drex e estratégias de inovação digital
Outro movimento relevante foi a entrada no projeto-piloto do Drex, a moeda digital brasileira do Banco Central. O Bradesco colabora com sua infraestrutura tecnológica para testar a emissão, negociação e liquidação de ativos digitais, contribuindo para o avanço do sistema financeiro digital no país.
Em 2023, além de outras iniciativas, o banco também investiu em marketing voltado ao público jovem ao lançar uma experiência no metaverso, por meio do Fortnite. Por sua vez, em 2024, o Bradesco implementou soluções inovadoras, como o Pix por aproximação com autenticação via blockchain. Com isso, demonstrou não apenas sua capacidade de adaptação, mas também seu compromisso com a transformação digital no setor financeiro.
Iniciativas em stablecoins e identidade digital
Em 2025, o Bradesco iniciou a implantação de uma solução de identidade digital baseada em blockchain no Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo. A proposta é melhorar a eficiência no atendimento e a segurança de dados dos pacientes, usando uma carteira digital com controle de acesso.
Além disso, o banco iniciou testes com a stablecoin USDC em parceria com a Parfin para remessas internacionais. Segundo o Bradesco, o uso de moedas digitais estáveis nas operações financeiras é uma evolução inevitável, com grande potencial para ampliar a inclusão financeira.
Conclusão: o impacto do fundo de Bitcoin do Bradesco
O lançamento do fundo de Bitcoin do Bradesco é mais do que uma simples oferta de investimento. Ele simboliza a entrada oficial do banco no mercado cripto com um produto próprio, regulado e de fácil acesso.
Com um histórico consistente em blockchain, além de uma participação ativa no projeto Drex e um foco crescente em inovações como stablecoins e identidade digital, o Bradesco demonstra que sua aposta não se limita a uma simples tendência. Pelo contrário, trata-se de uma estratégia bem estruturada e orientada para o longo prazo.
Para investidores que buscam diversificação e exposição a ativos digitais sem abrir mão da segurança de uma instituição tradicional, esse fundo representa uma alternativa viável e promissora.