Descubra por que o índice FTSE 100 está superando o Dow Jones este ano, impulsionado por cortes nas taxas do Banco da Inglaterra e aquisições empresariais, enquanto investidores aguardam as eleições no Reino Unido.
O índice FTSE 100 está mostrando um desempenho robusto em 2024, superando o Dow Jones em termos de moeda local. Com um aumento de mais de 6% este ano, o FTSE 100 tem superado o índice americano, que registrou cerca de 4% de crescimento. Este crescimento é impulsionado principalmente pela esperança de cortes nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra, após a inflação do país atingir a meta de 2,0%.
A recuperação do FTSE 100 está alinhada com outros índices europeus, como o FTSE MIB na Itália e o CAC 40 na França, que também viram ganhos significativos. No entanto, o índice FTSE 100 enfrenta incertezas à medida que se aproximam as eleições no Reino Unido, prevendo-se uma possível mudança de governo que poderia afetar empresas como BP e Shell com impostos mais elevados.
Além disso, o FTSE 100 está sendo impulsionado por uma onda de aquisições, incluindo a compra da IDS pela empresa-mãe do Royal Mail por um bilionário tcheco e a aquisição da DarkTrace pela Thoma Bravo. Rumores de negociações entre Doordash e Deliveroo também têm impactado o mercado.
Entre as empresas com melhor desempenho no FTSE 100 este ano estão Darktrace, Hargreaves Lansdown, Rolls-Royce e NatWest Group. A Rolls-Royce, por exemplo, viu suas ações subirem mais de 53% devido à recuperação da indústria de aviação civil e demanda por equipamentos militares.
No entanto, nem todas as empresas do FTSE 100 estão se saindo bem. Burberry viu uma queda de quase 40% nas suas ações devido à diminuição da demanda da China, enquanto outras como Entain e JD Sports Fashion também mostraram desempenho inferior.
A esperança de cortes nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra tem sido um fator chave no recente desempenho positivo do FTSE 100. Quando os bancos centrais reduzem as taxas de juros, as ações tendem a se valorizar, pois os investidores buscam alternativas mais lucrativas aos investimentos de renda fixa. Isso torna as ações mais atraentes em comparação com títulos e obrigações, que oferecem retornos mais baixos em um ambiente de juros baixos.
Além disso, o ambiente de mercado europeu tem sido favorável para o FTSE 100. O índice FTSE MIB da Itália, por exemplo, subiu mais de 9% este ano e atingiu seu máximo histórico em maio. O CAC 40 na França e o índice DAX na Alemanha também viram ganhos notáveis. Esses movimentos positivos nos mercados europeus têm contribuído para o impulso do FTSE 100, refletindo um sentimento mais amplo de recuperação econômica e confiança do investidor na região.
Contudo, as próximas eleições no Reino Unido representam um ponto de incerteza para o FTSE 100. Com a perspectiva de uma mudança de governo iminente e a possibilidade de os Conservadores perderem o poder após 13 anos, os investidores estão monitorando de perto o impacto potencial nas políticas econômicas e tributárias. Empresas como BP e Shell poderiam enfrentar pressões adicionais se um novo governo impuser impostos mais altos sobre as grandes corporações.
As aquisições empresariais também têm impulsionado o FTSE 100. A compra da IDS pela empresa-mãe do Royal Mail por um bilionário tcheco e a aquisição da DarkTrace pela Thoma Bravo são exemplos recentes de atividade intensa no mercado. Essas transações não apenas demonstram confiança no mercado britânico, mas também reforçam o valor das empresas listadas no índice.
No panorama das melhores ações do FTSE 100 em 2024, destacam-se empresas como Darktrace, Hargreaves Lansdown, Rolls-Royce e NatWest Group. A Darktrace, especializada em segurança cibernética, registrou um impressionante aumento de mais de 57% este ano, impulsionada pela aquisição e pelo forte desempenho do setor. Hargreaves Lansdown, por sua vez, viu um salto de mais de 56% devido às expectativas de aquisição, enquanto a Rolls-Royce continua a se beneficiar da recuperação na indústria de aviação civil e da demanda por equipamentos militares.
Por outro lado, algumas empresas do FTSE 100 têm enfrentado desafios. Burberry, por exemplo, viu suas ações despencarem quase 40% devido à redução da demanda da China, destacando a sensibilidade das empresas britânicas às dinâmicas globais de consumo. Empresas como Entain, JD Sports Fashion, Croda International e Reckitt Benckiser também têm mostrado desempenho inferior, refletindo a competição intensa e os desafios de mercado enfrentados em seus respectivos setores.
Em resumo, o FTSE 100 tem apresentado um desempenho positivo em 2024, impulsionado por cortes potenciais nas taxas de juros, aquisições empresariais e um ambiente de mercado europeu favorável. No entanto, as próximas eleições no Reino Unido e os desafios enfrentados por algumas empresas no índice são pontos de atenção para investidores e analistas. O futuro do FTSE 100 dependerá de como esses fatores se desenvolverão nos próximos meses, influenciando as perspectivas econômicas e o sentimento do mercado.