A Embraer está experimentando uma alta demanda por suas aeronaves menores em um mercado com escassez de jatos maiores. Descubra como a empresa está aproveitando essa oportunidade e superando desafios.
A fabricante de aviões brasileira Embraer (EMBR3) está testemunhando um aumento expressivo na demanda por suas aeronaves menores de corredor único. Esse crescimento ocorre em um momento em que as companhias aéreas enfrentam uma escassez de jatos maiores, conforme destacou Rodrigo Silva e Souza, vice-presidente de Marketing para Aviação Comercial da Embraer, em uma recente entrevista na sede da empresa.
Expansão da Demanda pelo E2
“Vemos mais e mais clientes olhando para o E2”, afirmou Silva e Souza. “Nunca vimos uma demanda tão forte para este tipo de aeronave como estamos vendo hoje”. As companhias aéreas estão utilizando os jatos regionais E2 da Embraer tanto para aumentar a frequência de voos quanto para expandir suas malhas.
Limitações e Oportunidades de Mercado
A forte demanda por viagens aéreas, combinada com os prazos de entrega estendidos das maiores aeronaves da Boeing (BA) e Airbus (AIR), tem limitado a capacidade das companhias aéreas de adicionar novas aeronaves de grande porte. Essa situação impulsiona a demanda pelos aviões menores da Embraer. O nicho tradicional da Embraer se encaixa logo abaixo das aeronaves de mais de 150 assentos, que são dominadas pela Boeing e Airbus. Porém, a Embraer tem vagas de produção disponíveis a partir de 2026, enquanto a Airbus está esgotada até o final desta década.
Desafios na Produção
No ano passado, a Embraer entregou 64 jatos comerciais, ligeiramente abaixo da meta de 65 a 70, mas está confiante em alcançar a previsão deste ano de 72 a 80 aeronaves. A empresa planeja produzir entre 80 e 90 aviões comerciais em 2025 e retornar ao patamar de 100 jatos por ano até 2026.
Problemas com Motores
Os motores GTF da Pratt & Whitney (RTX), usados pela família E2, têm enfrentado gargalos na manutenção devido a inspeções inesperadas relacionadas à contaminação de um pó metálico e atrasos nas entregas. Silva e Souza enfatizou que, embora a Embraer também esteja lidando com esses problemas, suas aeronaves mais leves têm enfrentado menos obstáculos em comparação com os concorrentes. Ele espera que os problemas comecem a diminuir no próximo ano à medida que soluções sejam implementadas.
Resiliência do E175
Além do E2, a demanda pelo E175 da Embraer também aumentou após uma redução nos últimos anos devido à falta de pilotos nos Estados Unidos, onde este modelo menor é um dos pilares da aviação regional. Em março, a American Airlines (AAL) fez uma grande encomenda de 90 aeronaves E175, reforçando a forte demanda por este modelo.
A Embraer está capitalizando a crescente demanda por suas aeronaves menores e estreitas, aproveitando sua capacidade de produção disponível e enfrentando desafios no fornecimento de motores com resiliência. Com uma estratégia clara para aumentar a produção e expandir sua presença no mercado, a Embraer está bem posicionada para continuar crescendo nos próximos anos.