83% dos CEOs imaginam que a volta completa ao modelo presencial deve acontecer até 2027, segundo a última edição da pesquisa KPMG CEO Outlook. Esse movimento é facilmente visto no cotidiano: metrô lotado, filas para pegar o ônibus e o trânsito nas ruas.
Caio Araujo, analista de fundos imobiliários da Empiricus Research, entende que há uma oportunidade com o “fim do home office” e a gradual demanda por escritórios.
Fundos imobiliários de lajes corporativas pode se beneficiar com o ‘fim do home office’
A retomada do ambiente físico tem alterado as perspectivas para o mercado de fundos imobiliários de lajes corporativas, segundo Araujo. Isso acontece devido ao aumento de demanda por escritórios, e muitas vezes, sua expansão.
O analista aponta que os dados mais recentes do setor corroboram com essa dinâmica:
“De acordo com relatório setorial do BTG, a cidade de São Paulo registrou a menor vacância [espaços vazios] dos últimos quatro anos, acompanhada pelo maior volume de absorção líquida desde 2005, início da série histórica calculada pela Buildings”.
Mercado de Lajes Corporativas em São Paulo (A+)
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Além da perspectiva favorável, segmento foi o que apresentou maior queda no Ifix em 2024
Se o futuro parece auspicioso com a retomada do trabalho presencial, os preços das cotas também são convidativos. Dentre os principais segmentos de fundos imobiliários, o de escritório se destacou negativamente em 2024.
A performance média ponderada dos FIIs de lajes corporativas no IFIX foi de -14% no último ano. Segundo o analista, isso é refletido pela desconfiança dos investidores em relação ao setor.
“Isso se deve, principalmente, pela sensibilidade desses ativos à economia e pelos cap rates mais baixos se comparado a outros segmentos. Além disso, uma taxa de juros maior impacta negativamente na revisão do valor justo dos ativos”, explica o analista.
Araujo acrescenta que o histórico pós-pandemia, com portfólios vagos e elevadas obrigações financeiras fizeram com que os investidores seguissem reticentes com os FIIs, principalmente ao considerar:
- A imprevisibilidade sobre aluguéis;
- A presença de fundos alavancados.
Fundos imobiliários de lajes corporativas negociam com até 40% de desconto
O analista destaca que os ativos mais líquidos do setor possuem um desconto sobre o valor patrimonial de quase 40%, além de um dividend yield atrativo de dois dígitos. Logo, para Araujo, é interessante que os investidores com horizonte de longo prazo e que tolerem risco dediquem uma pequena parte do portfólio ao segmento.
“Na minha visão, o atual cenário de desconfiança apresenta oportunidades razoáveis para o longo prazo. Os FIIs de escritórios estão sendo negociados com descontos significativos em relação a outros segmentos, oferecendo assimetrias pontuais”, afirma o especialista.
Com o cenário incerto em mente, Araujo indica que deve-se fazer uma seleção criteriosa para o investimento. “Entendo que fatores como qualidade e localização dos imóveis, histórico da gestão e nível de endividamento são primordiais para análise”.
O post Fim do home office? A volta ao presencial traz metrô lotado, trânsito e filas, mas também oferece oportunidades nos FIIs de lajes corporativas, diz analista apareceu primeiro em Empiricus.