O comportamento dos CEOs e executivos empresariais como um todo está mudando nos últimos anos. Mais presença nas redes sociais, posicionamentos sobre temas diversos e dedicação especial ao marketing são elementos que se tornaram praticamente regra no mercado atual.
Em live com os assinantes do Clube de Multiplicação Patrimonial da Empiricus, Caio Mesquita, CEO da Empiricus Research, e Marcos Trindade, CEO da FSB Holding e especialista em gestão de reputação, debateram sobre o tema.
Coerência e autenticidade: como executivos falam com o público externo?
“Autenticidade e coerência são duas palavras-chave”, afirma Trindade.
Na visão do CEO com mais de 30 anos de casa na FSB, executivos precisam ter falas coerentes com os seus atos e com as suas companhias. Como exemplo, ele aponta que muitas empresas se sentiram obrigadas a começar a falar de temas relacionados ao meio ambiente, por questões de imagem e ESG, mas seus negócios não têm nenhuma correlação. “Antes de falar sobre o tema, precisam se preparar mais.”
Além disso, Trindade e Mesquita pontuam como o crescimento das big techs que conhecemos universalmente hoje, como Google (GOGL34) e Meta (M1TA34) cresceram graças à comunicação, mas sem dar o enfoque atual.
“Elas gastaram menos com propaganda e investiram mais em avanços e desenvolvimentos tecnológicos que foram veiculados pela mídia”, explica.
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Alma e imagem da empresa: o papel do CEO
Além da audiência do meio externo (clientes, governo e público em geral), os executivos também comentaram como é exigido do CEO ter uma relação mais próxima e direta com o seu corpo de funcionários.
“Hoje, o CEO é a alma e o rosto da empresa. Isso pode vir para o bem e para o mal, pois requer gerir a imagem da marca, que estará sempre atrelada ao seu CEO”, diz Trindade.
Mesquita adiciona: “esse trabalho de comunicação que costumava ser mais intermediado por agências agora acontece mais com os executivos. Com o crescimento das redes sociais, surge a necessidade das pessoas de se comunicarem melhor.”
Ademais, ressaltando a importância dessa presença também no meio virtual, Trindade brinca que vivemos em um “posto, logo existo”, fazendo uma alusão à clássica frase de Descartes (“penso, logo existo”). Na percepção deles, um CEO atualmente que não tem muita habilidade comunicativa terá que desenvolver isso.
Por outro lado, eles também acreditam que algumas instituições que ficam mais “no silêncio”, mas que tem respaldo conseguem ainda ser muito valorizadas: “a escassez gera valor. No sistema financeiro, por exemplo, não vemos os analistas falando toda hora. Quando falam, porém, têm relevância e presença”, afirma o CEO da FSB.
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