O euro recupera estabilidade após queda devido às eleições francesas, enquanto o dólar permanece fraco com expectativa de corte de juros nos EUA. Veja os detalhes.
Nesta segunda-feira, o euro mostrou sinais de recuperação após um início de dia marcado pela instabilidade devido às projeções das eleições na França, que apontam para um Parlamento dividido. Ao mesmo tempo, o dólar norte-americano permaneceu fraco, refletindo dados econômicos mais fracos do que o esperado dos Estados Unidos e as crescentes apostas de que o Federal Reserve (Fed) poderá cortar a taxa de juros em breve.
Pela manhã, o euro, cotado a 1,0828 dólar, apresentava uma queda marginal de 0,07% após ter registrado uma perda de até 0,4% no início do dia. Esse movimento reflete a incerteza dos investidores quanto às consequências políticas de um Parlamento francês dividido. As projeções indicam que a aliança de esquerda, Nova Frente Popular (NFP), lidera a disputa, enquanto o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, terminou em último lugar, contrariando as expectativas.
As eleições na França causaram um certo alvoroço no mercado, principalmente devido ao resultado surpreendente que favoreceu a aliança de esquerda. Segundo os institutos de pesquisa, a esquerda deverá obter entre 184 e 198 assentos no Parlamento, significativamente abaixo dos 289 necessários para uma maioria absoluta. A aliança centrista do presidente Emmanuel Macron deve garantir entre 160 e 169 assentos, enquanto o RN e seus aliados poderão conquistar de 135 a 143 assentos.
Ken Cheung, diretor de estratégia cambial da Mizuho Securities, destacou que, embora o temor de um partido de extrema-direita obter a maioria tenha sido evitado a curto prazo, a ascensão dos partidos de esquerda e as crescentes incertezas políticas levantam preocupações sobre o déficit fiscal francês e a estabilidade da zona do euro a médio prazo.
O dólar norte-americano também mostrou pouca movimentação após a divulgação de dados surpreendentemente fracos sobre a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos na última sexta-feira. Esses dados aumentaram as especulações de que o Fed possa iniciar cortes nas taxas de juros ainda este ano.
O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia ligeiramente 0,02%, a 104,970 pontos, após uma queda de quase 1% na semana passada. Esta queda foi exacerbada pela leitura mais fraca do mercado de trabalho dos EUA, que agora faz com que operadores considerem uma probabilidade de 76% de um corte de juros na reunião de setembro do Fed, em comparação com 64% na semana anterior, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.
Em paralelo, a libra esterlina apresentou uma recuperação significativa, alcançando sua maior alta em três semanas e meia em relação ao dólar e ao euro. A moeda britânica foi cotada a 1,2821 dólar, uma alta de 0,05%, após ter subido anteriormente para 1,2820 dólar, o maior valor desde 12 de junho.
Essa alta foi impulsionada pela vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições do Reino Unido na semana passada, encerrando 14 anos de governo conservador. Esse resultado trouxe um sentimento de otimismo em relação ao futuro econômico do Reino Unido, com a expectativa de políticas econômicas mais favoráveis ao crescimento sob a nova administração trabalhista.
A estabilidade do euro nesta segunda-feira é um reflexo das complexas interações entre a política europeia e a economia global. Enquanto os investidores avaliam as implicações das eleições francesas para a estabilidade da zona do euro, o mercado norte-americano continua a ser influenciado por expectativas de mudanças na política monetária do Fed. Com a libra esterlina se fortalecendo em meio a mudanças políticas no Reino Unido, o cenário cambial global permanece dinâmico e cheio de incertezas. Os próximos dias serão cruciais para entender as possíveis direções que esses eventos poderão tomar e seus impactos no mercado financeiro global.