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Eneva (ENEV3) reporta bom crescimento operacional no 4T23 e dá sinais de desalavancagem

Imagem de logotipo da Eneva sobreposta a imagem do Rio Amazonas
Reprodução/Divulgação Eneva

A Eneva (ENEV3) apresentou números decentes relativos ao 4T23, com bom crescimento do resultado operacional, mas com a última linha do demonstrativo afetada por alguns efeitos não-recorrentes no resultado financeiro. 

‘Calorão’ do final de 2023 impulsionou despachos

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Como adiantado na prévia operacional, as maiores temperaturas na Argentina e Uruguai se refletiram em menores exportações na comparação com o 4T22. Por outro lado, as temperaturas acima da média no fim de 2023 provocaram picos de demanda de energia no Brasil, e ajudaram os despachos por ordem de mérito no complexo Parnaíba, nas usinas a carvão e na UTE Fortaleza. 

O despacho também foi ajudado por uma maior disponibilidade operacional em Jaguatirica II, que finalmente parece livre dos gargalos que atrapalham a unidade desde o início de 2023. Com isso, o despacho médio ponderado consolidado da Eneva aumentou 1 p.p., com aumento de 5% na energia gerada. 

Além disso, tivemos a entrada em operação do complexo solar Futura 1 no meio do ano, o que também contribuiu positivamente para os resultados do 4T23. 

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Receita líquida de Eneva expandiu 17% no 4T23

Com esses efeitos e reajustes de receita fixa da ordem de 5% em suas térmicas, a Receita Líquida cresceu 17% no período. 

No trimestre, a Eneva mostrou bom controle de custos de operação e manutenção, e menores despesas, principalmente com consultorias e assessoria jurídica para M&As, além de revisão do cálculo dos incentivos de longo prazo. 

Margem Ebitda subiu 14,5% em 12 meses

Essa combinação de aumento da receita e bom controle de gastos fez o Ebitda saltar de R$ 558 milhões no 4T22 para R$ 1,05 bilhão no 4T23, com ganho de 14,5 p.p. de margem. 

Efeitos não-recorrentes impactaram resultado financeiro de Eneva

Apesar dessa ótima evolução operacional, o Resultado Financeiro piorou cerca de -R$ 600 milhões, atrapalhado pelo refinanciamento de dívidas e reclassificações após liquidação antecipada de swaps de indexadores de dívida. No entanto, é importante lembrar que quase a totalidade desse impacto é não-recorrente e cerca de R$ 370 milhões não têm efeito caixa. 

Apesar de esses efeitos terem atrapalhado o resultado final, que apresentou um prejuízo de -R$ 240 milhões (ante um prejuízo de -R$192 milhões no 4T22), entendemos que a natureza não-caixa de boa parte desses impactos e a melhora operacional são mais relevantes do que o sinal negativo na última linha da DRE.

Processo de desalavancagem de Eneva dá sinais

Além disso, a geração de caixa operacional mais do que dobrou na comparação anual (R$ 932 milhões no 4T23 vs R$ 441 milhões no 4T22) e a relação dívida líquida/Ebitda caiu de 4,82x no fim de 2022 para 3,99x no fim de 2023, deixando mais clara a trajetória de desalavancagem, que ainda preocupa uma parte do mercado. 

O que achamos dos resultados de Eneva?

Mesmo diante de um cenário de despachos ainda bem abaixo da média, a Eneva conseguiu mostrar boa evolução operacional, ajudada pela maior disponibilidade de algumas usinas, entrada em operação do complexo solar Futura 1 e bom controle de gastos. 

Com novos projetos entrando em operação nos próximos anos e um valuation que nos parece embutir um pessimismo exagerado com relação aos despachos futuros, a Eneva segue em várias séries da Empiricus Research. 

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