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Eleição dos EUA pode ser definida por 10 mil a 30 mil votos de diferença, afirma Charles Myers, da Signum, no Empiricus Asset Day

A dois meses das eleições presidenciais dos Estados Unidos, a corrida entre o ex-presidente republicano Donald Trump e a atual vice-presidente democrata Kamala Harris segue indefinida. 

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No evento Asset Day, da Empiricus Gestão, realizado nesta quinta-feira (5), o fundador e presidente da empresa de pesquisa Signum Global Advisors, Charles Myers abriu sua análise sobre os pontos fortes e fracos de cada candidato e os principais efeitos da vitória de cada um para o mercado. 

Seis estados serão responsáveis pela definição do vencedor

Conforme explicou Myers, o sistema norte-americano de votos por estado, neste ano, deve concentrar a decisão sobre seis “swing states” (estados-pêndulos): Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Wisconsin e Pensilvânia.

Entretanto, na visão do especialista, este último poderá ser o principal divisor das eleições de 2024. “Harris precisa vencer a Pensilvânia. Caso ela perca lá, terá que vencer pelo menos em outros dois estados”, afirma Myers.

Além disso, o analista ressalta que desde que o atual presidente, Joe Biden, largou a corrida eleitoral e passou o posto para sua vice, Harris conseguiu algo que ninguém acreditava ser possível: o partido democrata se alinhou completamente em seu apoio. Esse movimento incluiu a família Obama e demais políticos, assim como os doadores do partido. “Todos no Partido Democrata (que nunca concordam com nada) apoiaram ela nas 48 horas após a desistência de Biden e agora ela está discretamente à frente de Trump na corrida, isso é impressionante”, comenta. 

Na visão de Myers, Harris apresenta maior capacidade de “virar votos” (ou seja, de fazer as pessoas mudarem de escolha) do que Biden. Isso se dá, segundo ele, pela capacidade dela de atrair mais mulheres para votar (que representam a maior parte dos votos no país desde 1980), além de conquistar mais votos de pessoas negras que o atual presidente.

Nesse cenário, Myers acredita que caso Harris realmente consiga virar votos e ultrapassar Trump, a diferença será de 10 mil a 30 mil votos entre os candidatos. 

Kamala Harris ainda precisa fortalecer sua campanha se quiser ganhar

Desde que anunciou sua candidatura, Harris deslanchou nas pesquisas. Contudo, a candidata ainda precisa se posicionar melhor sobre quais serão suas propostas. 

O próximo debate presidencial, agendado para a próxima terça-feira (10), será a primeira vez que Harris aparecerá na televisão. Desde então, a candidata foi muito impulsionada nas redes sociais e na Convenção Democrata. “Ela precisa superar Trump no debate. Ninguém espera que ele seja inteligente e apresente políticas, mas ele é bom em ataques pessoais”, avalia Myers. 

Além disso, pouco se sabe ainda sobre suas propostas para a economia e para o fortalecimento do câmbio. “Se ela [Harris] ganhar, é esperado uma continuidade [do governo Biden] tanto na política doméstica quanto externa”, comenta Myers. 

Harris já anunciou que pretende adotar o plano tributário de Biden sobre ganhos de capital de 20% para 28%. O plano do presidente, contudo, era de uma elevação da alíquota de 20% para 40%, o que pode sinalizar um posicionamento mais “market friendly” da parte de Harris. 

O que a vitória de Trump pode trazer?

Para Myers, um dos destaques da vitória de Trump seria sua proposta de baixar o preço da gasolina, que tem grandes implicações financeiras para a economia. 

Além disso, o ex-presidente demonstra um forte alinhamento com a indústria de criptomoedas, que se tornou o segundo maior lobby em Washington, atrás apenas da indústria farmacêutica. Por outro lado, Harris também se mostrou alinhada com as criptos, o que pode indicar que esses investimentos podem ser favorecidos na vitória de ambos os candidatos. 

Em comparação com seu mandato anterior, Myers acredita que a vitória dele traria de volta um

Trump mais protecionista, o que pode implicar em conflitos comerciais mais intensos com a Europa, México e China. A principal preocupação do analista se concentra nos países da União Europeia, que teriam que retaliar o que poderia gerar uma pequena guerra de negociações. 

Trump também deve manter um posicionamento pró-Israel, apesar de que Harris deve ser ainda mais intensa neste ponto. 

Inflação, déficit e corte de juros: quem pode desinflacionar a economia americana?

Na comparação entre Trump e Harris, o especialista da Signum defende que ambos terão de adotar medidas que levarão à inflação

“Caso Harris vença, o Fed deve continuar o corte de juros e, como os democratas tendem a favorecer um dólar mais forte, espera-se que a moeda continue performando bem e com previsibilidade”, comenta Myers. 

Por outro lado, ele acredita que tanto a medida de elevar as taxas dos democratas como a proposta de cortar gastos dos republicanos levará a um déficit ainda maior. “No final do dia, temos dois partidos e não importa quem ganhe, o déficit vai subir, mas com Trump ele sobe mais rápido”, avalia. 

Por fim, o especialista reafirma que independente de quem vença, os Estados Unidos seguirá em seu posicionamento como um país de centro. “O presidente eleito terá que se enquadrar neste modelo e qualquer medida que proponha muita transformação no sistema não irá acontecer”, completa. 

Enquanto as campanhas se desenrolam, os investidores interessados em dolarizar seu patrimônio podem buscar ações internacionais promissoras. O relatório gratuito feito pelos analistas da Empiricus e disponível neste link concentra 10 ações internacionais com fundamentos para valorizar em breve. Vale conferir.

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