A economia mundial deve enfrentar uma recessão em 2024 devido aos custos mais altos dos empréstimos destinados a combater a inflação, resultando na contração de várias economias. A previsão foi feita pelo Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial (CEBR).
Estagnação Após Crescimento Recorde
Em 2022, a economia global ultrapassou a marca de US$ 100 trilhões pela primeira vez. No entanto, a expectativa é de que essa expansão estagne em 2024, à medida que os formuladores de políticas econômicas mantêm seus esforços para controlar a alta dos preços. De acordo com a tabela anual da Liga Econômica Mundial, divulgada pela consultoria britânica, as previsões são sombrias.
Alta dos Juros e Recessão
Kay Daniel Neufeld, diretor e chefe de previsões do CEBR, afirmou: “É provável que a economia mundial enfrente uma recessão no próximo ano como resultado dos aumentos nas taxas de juros em resposta à inflação mais alta.”
Divergências com o FMI
As previsões do CEBR são mais pessimistas do que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que em outubro alertou que mais de um terço da economia mundial pode se contrair. O FMI também indicou uma chance de 25% de que o PIB global cresça menos de 2% em 2023, o que configuraria uma recessão global.
Perspectivas a Longo Prazo
Apesar do cenário de curto prazo, o CEBR prevê que até 2037 o Produto Interno Bruto (PIB) mundial terá dobrado, impulsionado pelo crescimento das economias em desenvolvimento. A mudança no equilíbrio de poder econômico fará com que a região do Leste Asiático e Pacífico responda por mais de um terço da produção global até 2037, enquanto a participação da Europa deverá encolher para menos de um quinto.
A China, segundo o CEBR, não deve ultrapassar os Estados Unidos como a maior economia do mundo até pelo menos 2036, seis anos depois do esperado inicialmente. Esta previsão foi adiada de 2028 para 2030 na tabela de classificação do ano passado e agora para 2036, podendo ocorrer ainda mais tarde, caso Pequim tente assumir o controle de Taiwan e enfrente sanções comerciais de retaliação.
Consequências Geopolíticas
O CEBR alerta que as consequências de uma guerra econômica entre a China e o Ocidente seriam várias vezes mais graves do que as vistas após o ataque da Rússia à Ucrânia. “Quase certamente haveria uma forte recessão mundial e um ressurgimento da inflação.
Previsões para Economias Emergentes
Entre outras previsões do CEBR, destacam-se:
- Índia: Deve se tornar a terceira economia de US$ 10 trilhões em 2035 e a terceira maior do mundo em 2032.
- Reino Unido e França: Continuarão sendo a sexta e a sétima maiores economias do mundo, respectivamente, nos próximos 15 anos. No entanto, a Grã-Bretanha não deverá mais superar o crescimento de seus pares europeus devido à “ausência de políticas orientadas ao crescimento e à falta de uma visão clara de seu papel fora da União Europeia”.
- Meta de aquecimento global: A economia global ainda está longe do nível de PIB per capita de US$ 80.000, necessário para dissociar as emissões de carbono do crescimento econômico, indicando a necessidade de mais intervenções políticas para limitar o aquecimento global a 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais.
Estas previsões sublinham a complexidade e os desafios que a economia global enfrentará nos próximos anos, exigindo respostas estratégicas e coordenadas dos principais atores econômicos e políticos mundiais.