A economia do Reino Unido cresceu 0,4% em maio, superando expectativas e gerando dúvidas sobre cortes de juros pelo Banco da Inglaterra. Saiba mais sobre o impacto no governo de Keir Starmer e previsões futuras.
A economia do Reino Unido apresentou um crescimento mais robusto do que o esperado em maio, proporcionando um impulso significativo ao novo governo do primeiro-ministro Keir Starmer. No entanto, essa recuperação econômica também levantou questionamentos sobre a possibilidade de o Banco da Inglaterra reduzir as taxas de juros no próximo mês.
Crescimento Econômico Acima das Expectativas
De acordo com o Office for National Statistics, a produção econômica do Reino Unido aumentou 0,4% em maio, após um crescimento de 0,2% em abril. Este desempenho superou a expectativa de um aumento mensal de 0,2% prevista por economistas em uma pesquisa da Reuters.
Implicações para o Banco da Inglaterra
A força da recuperação econômica pode levar o Banco da Inglaterra a reconsiderar a redução das taxas de juros já em 1º de agosto, data programada para o próximo anúncio de política monetária. Recentemente, três formuladores de políticas destacaram a persistência das pressões inflacionárias internas. Como resultado, a probabilidade de um corte de juros em três semanas caiu para menos de 50% nos mercados futuros, uma queda em relação aos pouco mais de 50% registrados na quarta-feira.
Desempenho dos Setores Econômicos
O crescimento em maio foi impulsionado por um aumento generalizado na produção econômica. Os setores de serviços, manufatura e construção registraram crescimento, com a construção se destacando com um aumento de 1,9% no mês, especialmente no setor de construção de casas.
Impacto no Governo de Keir Starmer
Os números positivos representam um impulso inicial para o novo governo trabalhista, que estabeleceu como meta alcançar o crescimento mais rápido entre as economias avançadas do Grupo dos Sete de forma sustentável. Ashley Webb, economista da consultoria Capital Economics, destacou que a melhoria das perspectivas econômicas sugere que o governo pode se beneficiar de uma recuperação mais forte do que a maioria das previsões iniciais.
Perspectivas de Crescimento
Desde o início do ano, a economia britânica cresceu 1,5%, marcando os melhores cinco meses desde o início de 2017, excluindo a recuperação pós-pandemia. O Goldman Sachs revisou sua previsão de crescimento para 2024, elevando-a de 1,1% para 1,2%. No entanto, a economia britânica ainda enfrenta desafios de longo prazo, sendo apenas 2,7% maior do que o nível pré-pandêmico do final de 2019.
Comparação Internacional e Previsões Futuras
Nos últimos três meses até maio, a economia britânica se expandiu 0,9%, a leitura mais forte desde os três meses até janeiro de 2022. Este desempenho superou a previsão de consenso de uma expansão de 0,7%. O Banco da Inglaterra havia previsto um crescimento de 0,5% para o segundo trimestre, uma estimativa que agora parece conservadora.
Suren Thiru, diretor de economia do órgão de contabilidade ICAEW, afirmou que os números do PIB podem diminuir a probabilidade de um corte de juros em agosto, fornecendo confiança suficiente aos formuladores de políticas preocupados com as pressões inflacionárias subjacentes.
Comércio e Relações com a UE
Dados separados do ONS mostraram que o déficit comercial do Reino Unido, excluindo metais preciosos, diminuiu para 3,2 bilhões de libras em maio, de 4,7 bilhões de libras em abril. No entanto, as exportações de mercadorias para a União Europeia caíram para o nível mais baixo desde janeiro de 2022, quando os controles alfandegários do Brexit foram introduzidos.
O primeiro-ministro Starmer manifestou o desejo de reduzir os atritos comerciais com a UE, mas descartou a adesão ao mercado comum do bloco.