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Dólar sobe frente ao real devido a temores fiscais e Trump

Dólar sobe frente ao real devido a temores fiscais e Trump

O dólar sobe frente ao real nesta segunda-feira (2), reagindo a uma série de fatores internos e externos. Primeiramente, o mercado continua refletindo o impacto dos anúncios fiscais do governo brasileiro. Além disso, as ameaças comerciais feitas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, agravam a situação. Esses fatores, portanto, geram incertezas econômicas e ampliam o pessimismo no cenário doméstico.

Dólar sobe frente ao real com reações às ações fiscais do governo

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O dólar à vista subia 0,33%, atingindo a cotação de R$ 6,0210 por volta das 9h27. O aumento na cotação ocorre após um fechamento recorde na sessão anterior, demonstrando a reação negativa do mercado frente às políticas fiscais anunciadas na semana passada. A proposta de reforma do Imposto de Renda e as medidas de contenção de gastos, embora buscando a economia de R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, geraram um sentimento de incerteza entre investidores, que questionam o compromisso do governo com o ajuste fiscal.

Ameaças comerciais de Trump elevam tensões no mercado

Além das preocupações fiscais, a ameaça de Donald Trump sobre tarifas de 100% para países do Brics, incluindo o Brasil, contribui para o fortalecimento do dólar. Trump afirmou que os países membros do bloco não devem criar ou apoiar uma nova moeda que substitua o dólar. Como resultado, essas declarações aumentaram os temores de uma possível guerra comercial entre as nações. Consequentemente, há uma preocupação crescente com uma eventual queda na demanda pelo dólar em transações internacionais.

O impacto no mercado global e nas moedas emergentes

O dólar também subiu em relação a outras moedas emergentes, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno. A valorização da moeda americana, portanto, reflete a avaliação dos investidores diante de uma potencial escalada nas tensões comerciais globais. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas, subia 0,16%, atingindo 106,210.

Expectativas em relação à taxa de juros do Federal Reserve

O mercado aguarda também dados econômicos dos Estados Unidos, com destaque para o relatório de emprego de novembro, que será divulgado na sexta-feira. Investidores esperam que esse relatório forneça pistas sobre a direção das taxas de juros do Federal Reserve, uma variável crucial para o futuro do dólar. A taxa de juros pode ter um grande impacto nas moedas globais, incluindo o real.

Perspectivas econômicas e ajustes fiscais no Brasil

O cenário doméstico continua marcado pela incerteza. O governo brasileiro tenta implementar reformas fiscais, mas o pacote anunciado ainda é visto com cautela pelo mercado. A reforma do Imposto de Renda e as medidas fiscais visam gerar economia, mas o anúncio simultâneo de outras políticas, como a reforma tributária, foi interpretado como um sinal de falta de compromisso com o ajuste fiscal. Esse cenário de incerteza alimenta a volatilidade do mercado cambial.

Projeções para o IPCA e os efeitos sobre o dólar

Em relação à inflação, a pesquisa Focus do Banco Central mostrou que os analistas aumentaram as projeções para o IPCA de 2024, 2025 e 2026. Dessa forma, a inflação para 2024 foi revisada para 4,71%, acima do teto da meta do BC. Essa revisão das projeções para a inflação pode, portanto, impactar diretamente o comportamento do mercado e a cotação do dólar. Além disso, as expectativas de inflação mais altas podem aumentar a pressão sobre a política monetária, influenciando ainda mais os movimentos cambiais.

Conclusão

O dólar sobe frente ao real devido à combinação de fatores internos e externos, como o pacote fiscal do governo e as ameaças comerciais de Donald Trump. Esse fortalecimento da moeda norte-americana é um reflexo das incertezas econômicas, que, por sua vez, geram volatilidade no mercado cambial. Além disso, o cenário global também exerce influência, com o índice DXY subindo e moedas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano, enfrentando dificuldades. Ademais, a expectativa por novos dados econômicos, especialmente o relatório de emprego dos EUA, pode fornecer mais direções para os mercados nos próximos dias.


Impacto das políticas fiscais do governo brasileiro no mercado cambial