O dólar esta semana refletiu bem o período de volatilidade que os mercados globais estão enfrentando. Nesta sexta-feira (28), a moeda encerrou o dia em alta de 1,50%, a R$ 5,916, seguindo a tendência de enfraquecimento do real.
Na semana, o câmbio do dólar frente ao real acumulou alta da 3,23%, encerrando o mês com +1,4%.
A agenda desta sexta-feira (28) foi recheada de eventos que contribuíram para a oscilação da divisa:
- Donald Trump e Volodymyr Zelensky tiveram um encontro na Casa Branca para debater um possível acordo de paz na Guerra da Ucrânia com a Rússia. Em certo momento,a discussão ficou acalorada e Trump chegou a dizer que o líder ucraniano estaria “jogando com a terceira guerra mundial”;
- O presidente Lula apontou nesta tarde a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para assumir o cargo de ministra de Relações Institucionais – reposicionando Alexandre Padilha como ministro da Saúde;
- Os mercados internacionais seguem pressionados após a confirmação de Trump de que as tarifas comerciais sobre importações do México e do Canadá, de 25%, passarão a valer no próximo dia 4 de março.
Principais impactos macro nesta semana
No cenário brasileiro, o IPCA-15 veio abaixo das expectativas, o que indicaria uma possível desaceleração da inflação. Por outro lado, o indicador teve um qualitativo negativo, revelando um cenário menos favorável para a economia. “Tudo isso na contramão da esperança de parte do mercado de que um ciclo de corte da Selic seria possível ainda neste ano”, comentou a analista de fundos de investimento e renda fixa, Lais Costa, da Empiricus Research.
Nos Estados Unidos, o grande destaque foi a divulgação do PCE (índice de preços de gastos com consumo pessoal) nesta sexta-feira (28) pela manhã. O dado registrou alta de 0,3% em janeiro, alinhando-se com as expectativas do mercado.
Em termos anuais, o PCE alcançou 2,5%, acima da meta de 2% do Federal Reserve, o que indica que a inflação segue sendo uma preocupação. O PCE é o principal indicador inflacionário para o Fed, e sua alta mantém as expectativas de que o banco central dos EUA possa seguir com sua política de juros elevados.
O que esperar do dólar na semana de Carnaval?
Para a próxima semana, Costa aponta que o mercado deverá enfrentar um período de menor liquidez devido aos feriados de Carnaval no Brasil. “A tendência é que a moeda brasileira sofra ‘spikes’ [movimentos muito fortes de alta ou baixa] para ambos os lados por falta de liquidez. Não deve ser uma semana de direcional muito forte”, afirma a analista.
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