O Banco Central do Brasil (BCB) está programado para reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, atingindo 11,75%, conforme previsões do mercado e da própria instituição. Este anúncio ocorrerá após a última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em 2023.
A decisão antecipada do Copom é baseada nas expectativas de mais de 100 consultorias e instituições financeiras, indicando que a taxa de referência fechará o ano em 11,75%, após quatro reduções consecutivas desde agosto.
O ciclo de baixa teve início quando a taxa Selic estava em 13,75%, um ano antes, em resposta às altas anteriores para combater a inflação. O contexto atual de inflação mais controlada, com um acumulado de 4,68% até novembro, dentro da meta de 1,75%-4,75%, permite a continuidade dos cortes.
O Copom considera fatores externos, como as taxas nos Estados Unidos e tensões geopolíticas, além de um cenário interno favorável à desinflação. O crescimento da economia brasileira, impulsionado pela redução das taxas, surpreendeu, com uma expansão do PIB de 3,2% nos nove meses encerrados em setembro.
Apesar disso, há críticas, incluindo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que classificou o crescimento como “fraco” e solicitou mais flexibilização na política monetária. O Copom, entretanto, destaca a importância da política fiscal, considerando-a um potencial risco econômico.
A perspectiva é de que a política monetária continue a se flexibilizar gradualmente, com a taxa de juros projetada em 9,25% até o final de 2024, de acordo com a pesquisa Focus. Enquanto isso, a projeção para o PIB indica uma expansão de 1,5%, abaixo das expectativas para 2023, desafiando os esforços de impulsionar o crescimento e a geração de empregos.
O presidente do BCB, Roberto Campos Neto, destaca a autonomia e caráter “técnico” das decisões da entidade, apesar das críticas do governo. O anúncio oficial ocorrerá após a reunião do Copom nesta quarta-feira.