A nova conta global com USDC, fruto da parceria entre Matera e Circle, promete, portanto, revolucionar o acesso a serviços bancários internacionais no Brasil. O anúncio, realizado nesta quarta-feira (11), durante o Febraban Tech, marca, assim, um avanço estratégico significativo para bancos e fintechs que, por sua vez, desejam atuar no mercado global sem precisar manter estruturas no exterior. Com isso, a solução permitirá o uso de stablecoins com muito mais praticidade, segurança e economia. Além disso, ela se mostra especialmente vantajosa para instituições que já utilizam a tecnologia da Matera, o que facilita ainda mais sua implementação.
A inovação da conta global com USDC
A integração anunciada entre Matera e Circle traz aos bancos e fintechs uma solução pronta para oferecer saldo em dólar digital. Essa conta global com USDC permitirá aos clientes acessarem, com apenas um clique, uma conta em dólares, sem a necessidade de entender profundamente sobre criptomoedas. Segundo Carlos Netto, CEO da Matera, o grande diferencial é a facilidade de uso, pensada especialmente para o público geral, inclusive aqueles sem familiaridade com o mercado cripto ou que sequer possuem uma conta bancária tradicional.
A tecnologia elimina a necessidade de armazenar chaves privadas, que são comuns em carteiras cripto, e integra diretamente com o sistema bancário já utilizado pelas instituições. Isso amplia significativamente o potencial de adesão e uso cotidiano das stablecoins, transformando-as em uma ferramenta prática e acessível para o público brasileiro.
Benefícios para bancos e fintechs
Redução de custos e isenção de IOF
Com essa nova estrutura, os bancos não precisarão mais abrir filiais ou criar operações em outros países. A conta global com USDC é estruturada diretamente na plataforma usada pelo banco, o que evita altos custos operacionais e jurídicos. Além disso, as transações realizadas com USDC estão isentas do IOF, o que representa um ganho econômico para clientes e instituições.
Isso significa que as fintechs e bancos podem oferecer serviços internacionais com mais eficiência e menos burocracia, tornando-se mais competitivos em um mercado globalizado. O acesso a dólar digital passa a ser algo viável e imediato, sem exigir capital pré-bloqueado ou longos processos de ativação.
Conta internacional com cartão integrado
Além da integração com o dólar digital, a Circle já possui parceria com a Visa. Com isso, os clientes terão acesso a um cartão internacional vinculado à sua conta global com USDC, podendo realizar compras e pagamentos em qualquer lugar do mundo, como se estivessem utilizando um cartão de crédito tradicional. Essa funcionalidade adiciona valor e conveniência ao serviço, tornando a solução ainda mais completa e atrativa.
Interoperabilidade e inovação nacional
Digital Twin conecta BRL, USD e USDC em tempo real
O papel da plataforma Digital Twin, desenvolvida pela Matera, é essencial para o sucesso da operação. Ela viabiliza o funcionamento simultâneo de saldos em diferentes moedas, como real, dólar americano e USDC. Tudo isso acontece em tempo real, com alta eficiência operacional e sem a necessidade de construir infraestrutura adicional.
Essa abordagem multimoeda é uma inovação relevante no cenário bancário, pois permite que as instituições ofereçam uma experiência mais fluida aos seus clientes, integrando diversos saldos em uma única interface.
Pix com liquidez internacional
Outro destaque é a conexão da plataforma com o sistema de pagamentos instantâneos Pix. Com isso, é possível realizar pagamentos internacionais com liquidação em USDC de forma quase imediata. Essa integração proporciona agilidade, transparência e redução de custos em operações transfronteiriças, o que é extremamente relevante para empresas e usuários que precisam operar com moedas estrangeiras de maneira eficiente.
Segundo Daniel Mangabeira, vice-presidente da Circle no Brasil, o uso do USDC representa uma alternativa segura, transparente e economicamente viável para o acesso à economia digital global. A estrutura oferecida é sólida e permite a expansão rápida dos serviços bancários internacionais, mesmo por instituições que não possuem experiência prévia nesse setor.
Uma nova camada da infraestrutura financeira global
A conta global com USDC representa um avanço importante na infraestrutura bancária. Com a interoperabilidade entre stablecoins e moedas locais, as transações internacionais deixam de ser um processo caro e burocrático para se tornarem simples e acessíveis. A parceria entre Matera e Circle demonstra como a tecnologia pode integrar ecossistemas distintos e permitir que instituições de todos os portes ofereçam soluções globais com qualidade e baixo custo.
Para Carlos Netto, CEO da Matera, essa iniciativa representa uma verdadeira virada de chave. A conta em dólar digital integrada aos serviços bancários tradicionais mostra que as stablecoins podem, sim, fazer parte do dia a dia financeiro de milhões de brasileiros. O objetivo é democratizar o acesso, expandir fronteiras e oferecer uma alternativa segura para quem deseja participar da economia internacional.
Conclusão
A parceria entre Matera e Circle, com foco na conta global com USDC, representa, portanto, um marco importante na modernização do setor financeiro brasileiro. Isso porque a solução não apenas resolve obstáculos técnicos, como também elimina barreiras de custo e, além disso, integra moedas digitais aos serviços bancários tradicionais. Dessa forma, bancos e fintechs ganham uma nova ferramenta para operar globalmente com mais eficiência. Ao mesmo tempo, os usuários se beneficiam com um acesso simples, rápido e seguro a contas em dólar digital. Por fim, a tendência é que, em breve, esse modelo se consolide como padrão no setor financeiro, impulsionando a adoção de stablecoins em larga escala.
Como funciona o USDC e sua importância para pagamentos digitais