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Com a maré baixa no 3T24, vemos ‘quem está nadando pelado’: analistas da Empiricus comentam os principais destaques da temporada de resultados; confira

A temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre (3T24) chegou ao fim, com algumas surpresas e dados de crescimento revigorantes para as companhias.

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Em um olhar macro, o analista de ações Ruy Hungria, da Empiricus Research,aponta que os resultados evidenciaram que o mercado passava por um período muito difícil e “agora temos perspectiva de melhora”.

“Companhias que estavam em extrema dificuldade nos últimos anos, agora demonstram que o turnaround vem andando. De uma maneira geral, isso é uma sinalização de que está ficando um ambiente mais tranquilo. O pior realmente parece ter ficado pra trás”, comenta Hungria em participação ao programa da Empiricus Podca$t.

Na visão de Felipe Miranda, co-fundador e estrategista-chefe da Empiricus, neste trimestre “as empresas mantêm alavancagem baixa, boa geração de caixa e lucros crescendo dois dígitos”.

3T24 decepcionou após surpresas no 2T24

Na interpretação de Hungria, houve uma frustração do mercado com os balanços do terceiro trimestre, após os resultados do segundo tri terem sido “muito surpreendentes” e havia uma expectativa de que este trimestre também trouxesse notícias positivas acima do previsto. 

Apesar de acreditar que houve uma evolução no balanço das empresas, Hungria também considera que existe uma influência externa que impacta as empresas. “O mau humor macroeconômico à espera de um plano de redução de gastos também contribui para pesar no humor”, adiciona o analista.  

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Empresas dependem de uma gestão eficiente para entregar bons números

Apesar da conclusão parecer “óbvia”, a analista Larissa Quaresma (também participando do Podca$t) aponta que agora as companhias precisam ainda mais garantir uma boa gestão para apresentar um balanço trimestral. 

“Hoje as empresas parecem ainda mais preparadas para lidar com este ciclo de alta de juros e cenário de retomada da alta da Taxa Selic”, afirma. 

“As diferenças entre as companhias era menor porque elas dependiam menos da gestão, da eficiência, do diferencial competitivo. Agora são nesses momentos de maior dificuldade, que você enxerga a diferença das empresas que são boas e se destacam das que não performam tão bem”, completa Hungria. 

Além disso, o analista ainda ressalta que, apesar de não ter havido muita mudança no preço das ações, foram poucos os resultados que não reportaram crescimento de Ebitda e de lucro líquido. “As ações das empresas estão custando a mesma coisa, mas lucrando mais, ou seja, estão mais baratas. Essa é uma tônica do que eu tenho visto”, conclui.

“Quando a maré baixa, se vê quem está nadando pelado” 

Quaresma remete à frase perspicaz de Warren Buffett para explicar que é quando o cenário está difícil que se vê quais empresas estão despreparadas.

Como destaques do 3T24, analista  aponta o resultado da antiga Arezzo – hoje, Azzas 2154 (AZZA3) – surpreendeu positivamente. “A expectativa era baixíssima, e a companhia entregou um crescimento de 12% na receita, uma aceleração bem-vinda. A reação foi muito positiva, até típica de um short squeeze” ressalta Quaresma. 

Além da ex-Arezzo&Co., a analista também destaca o balanço trimestral da Localiza (RENT3), cujos números mostraram que o pior pode ter ficado para trás. “Os preços dos carros usados estão se normalizando, assim como a depreciação na vertical de Seminovos da companhia. Para nós, esse trimestre foi um claro ponto de inflexão.”

Sobre as ações da Localiza, o estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, também acrescenta que os ativos passaram por uma grande reavaliação. Após sofrerem com revisões no preço-alvo para baixo na carteira da casa, agora a companhia passa por sua primeira elevação de target em muito tempo.

Além dela, Miranda também destaca duas financeiras e uma elétrica: Itaú (ITUB4), Porto (PSSA3), Equatorial (EQTL3) e BTG Pactual. 

“A primeira, atualmente negocia a 8x lucros, que cresce em ritmo significativo. Porto tem a mesma foto e o mesmo filme. Equatorial, uma das melhores empresas do Brasil, negocia a uma TIR real de 12%, sendo capaz de, mais uma vez, superar as estimativas de consenso. BTG Pactual negocia perto de 2x book e está recomprando suas próprias ações. Iguatemi está 8x P/FFO 2025”, afirmou Miranda em sua newstletter Day One desta segunda-feira (18).

Veja aqui alguns dos balanços que mais se destacaram no 3T24:

Para conferir a análise completa dos analistas da Empiricus, você pode assistir ao papo completo no quadro abaixo:

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