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China Prepara-se para Importações Recordes de Soja em Meio a Incertezas Políticas

China Prepara-se para Importações Recordes de Soja em Meio a Incertezas Políticas
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A China está se preparando para importar volumes recordes de soja em julho, impulsionada por preços mais baixos e preocupações com potenciais tensões comerciais se Donald Trump retornar à presidência dos EUA. O país, o maior importador global de soja, tem registrado um aumento significativo nas compras nas últimas semanas, em um esforço para se proteger de possíveis tarifas adicionais dos EUA.

Os importadores chineses de soja estão comprando quantidades maiores devido ao temor de que uma escalada nas tensões comerciais pós-eleitorais possa resultar em tarifas mais altas sobre produtos agrícolas dos EUA. Durante a presidência de Trump, as tarifas dos EUA sobre produtos chineses levaram a retaliações, incluindo uma tarifa de 25% sobre a soja americana, o que reduziu drasticamente as exportações dos EUA para a China.

Apesar de um acordo assinado em 2020 entre os EUA e a China para aumentar as compras de produtos agrícolas americanos, como soja, a participação de mercado dos EUA diminuiu. Atualmente, o Brasil domina as importações chinesas de soja, respondendo por 70% do total, enquanto os EUA têm uma fatia de mercado de apenas 24%, mesmo sem tarifas adicionais.

Para julho, os compradores chineses já reservaram entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas de soja, um aumento em comparação com os 9,73 milhões de toneladas do ano anterior. Isso reflete uma forte demanda contínua, apesar das margens de esmagamento de soja estarem negativas no mercado spot, com expectativas de recuperação devido ao aumento projetado na demanda por ração animal.

Os preços mais baixos também estão impulsionando as compras chinesas, com os futuros de soja em Chicago atingindo mínimas desde 2020, refletindo uma oferta global abundante. Estima-se que a produção global de soja atinja um recorde histórico em 2024/25, conforme indicado pelo Departamento de Agricultura dos EUA, o que favorece a compra antecipada pela China.

Apesar das incertezas políticas globais, como a possível volta de Trump ao poder, analistas como Luiz Fernando Roque da consultoria Safras & Mercado no Brasil observam que o real mais fraco tem incentivado as exportações brasileiras de soja, embora o impacto direto da eleição americana ainda não seja uma preocupação predominante para o mercado brasileiro.

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