A Arezzo&Co. (ARZZ3) reportou números mornos, em linha com as nossas expectativas. A desaceleração no crescimento perdurou por mais um trimestre, mas a rentabilidade permanece bastante saudável.
AR&Co., Arezzo e Vans seguraram vendas líquidas
A varejista reportou vendas líquidas consolidadas 8,6% maiores no período, na comparação anual, impulsionadas principalmente pela performance positiva das marcas AR&Co. (+16%), Arezzo (+13%) e Vans (+17%).
O crescimento foi parcialmente compensado pela queda na operação internacional (-5%) e da Schutz (-5%).
Bom desempenho do canal de vendas ampliou margem bruta consolidada
Olhando para a rentabilidade, o bom desempenho do canal de vendas diretas ao consumidor, que teve as lojas próprias crescendo vendas em +15% e o e-commerce +29%, impactou positivamente a margem bruta consolidada da companhia, que ficou em 56% (+2,4 p.p vs 4T22).
Por outro lado, o resultado do canal de multimarcas foi bem mais fraco, ficando praticamente estável na comparação anual, impactado pela redução no volume de vendas da Reserva no canal, visando preservar o valor da marca (e não entrar em uma espiral parecida com a Schultz).
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Despesas comerciais pressionou margem Ebitda
Ainda, a margem Ebitda ajustada foi de 15%, beneficiada pelos pontos explicados acima, mas pressionada por um aumento nas despesas comerciais de 12%, decorrente da abertura de 19 novas lojas próprias no período.
Na última linha do resultado, o lucro líquido foi de R$126 milhões, alta anual de 23% e a geração de caixa positiva em R$ 151 milhões, esta última refletindo melhores condições com fornecedores.
O que esperar de Arezzo daqui para frente?
Olhando para os próximos trimestres, como ponto de atenção, deveremos acompanhar a performance dos EUA que, segundo os executivos, deve entregar uma evolução gradual de rentabilidade ao longo do ano.
Além disso, na Schutz, que ainda está passando por um processo de reposicionamento de marca, esperamos ver alguma recuperação também como reflexo das mudanças implementadas.
Fusão com o Grupo Soma
Importante destacar também que, mais do que o operacional da companhia, os olhos dos investidores estão especialmente voltados para o desenrolar da fusão com o Grupo Soma. A expectativa é que a partir do segundo trimestre a integração das companhias já comece a ser feita efetivamente, o que abrirá caminho para a identificar e capturar sinergias, que já esperamos ver esse ano.
Por fim, enxergamos desafios importantes nos próximos trimestres para a Arezzo&Co, principalmente relacionados à fusão, que criará uma empresa com faturamento superior a R$ 12 bilhões de reais e 34 marcas.
O tema deverá guiar o ânimo do mercado com as ações da companhia e, do nosso lado, acreditamos no potencial de execução da gestão Arezzo-Soma.
Ainda, quando olhamos para os preços de tela, não enxergamos prêmio derivado das sinergias que poderão ser capturadas, o que nos deixa mais confortáveis com a assimetria.
Negociando a 14 vezes os seus lucros para 2024, 40% abaixo da média histórica dos últimos 5 anos, a Arezzo&Co (ARZZ3) segue como uma recomendação da Empiricus Research.
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