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Alpargatas (ALPA4) encerra ‘ano de faxina’ no 4T24 e próximos balanços devem vir ‘mais limpos’

A Alpargatas (ALPA4) divulgou resultados do 4T24 muito poluídos em função de mais uma baixa contábil, ainda reflexo do processo de ajuste de estoques que a companhia vem fazendo desde o início de 2023. 

Impacto dos ajustes contábeis no balanço 4T24

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Mesmo já tendo realizado uma série de baixas, o estoque ainda carregava mais coleções antigas do que o número considerado saudável, e a companhia optou por realizar write-offs de R$ 107 milhões no Brasil e R$ 56,5 milhões na divisão internacional

Com esse ajuste contábil, a Alpargatas entrou em 2025 com 80% dos estoques da coleção atual e 10% da coleção anterior. Um dado que preocupou um pouco o mercado foi os outros 10% de coleções antigas mesmo depois desse grande write-off. 

Isso sugeriria mais um ajuste pela frente, no entanto, a gestão defendeu que esse estoque antigo é de produtos que têm boa saída e contribuem positivamente para a rentabilidade. 

Desempenho operacional no 4T24: crescimento de volumes e receita

Excluindo todos esses ajustes contábeis, os números superaram as expectativas do mercado, ajudados mais uma vez por um forte desempenho no Brasil. 

O volume consolidado de pares vendidos aumentou +4%, para 65,4 milhões, com o crescimento no Brasil mais do que compensando a queda de -10% na Havaianas Internacional. 

A receita líquida da Alpargatas aumentou +11,6%, para R$ 1,1 bilhão, ajudada pelo aumento de preços, melhora de mix e desvalorização cambial, que aumentou as receitas internacionais. 

Impactada pelos ajustes mencionados, a margem bruta caiu -3 p.p.. Excluindo as baixas, a margem bruta cresceu +4,1 p.p., ajudada pelo aumento de preços, diluição de custos e ganho de eficiência com o crescimento do volume. 

Margens e ebitda: melhora no Brasil, desafios na divisão internacional

A margem Ebitda (ajustada pelas baixas) cresceu um pouco menos, +3,8 p.p., impactada por maiores gastos com marketing, o que passou a fazer parte da estratégia da companhia para recuperar vendas. Ainda assim, o Ebitda da Alpargatas saltou +42,6%, para R$ 194 milhões. 

Apesar da melhora, é importante destacar que ela veio praticamente toda da operação brasileira, já que a divisão internacional segue um pouco atrasada em seu turnaround, que envolve desde mudança de distribuidores, estratégias comerciais, marketing, etc. 

No entanto, apesar da queda de volumes no 4T24, a gestão disse que depois de três anos os pedidos internacionais de começo de ano voltaram a crescer, o que indica que as estratégias já têm surtido efeito, especialmente na Europa.

Apesar dos resultados ruins na Havaianas Internacional, tivemos uma grata surpresa vinda da Rothy’s, com crescimento consistente de margem e Ebitda, contribuindo com R$ 27 milhões para o lucro da Alpargatas no trimestre. 

No geral, gostamos dos números do 4T24, que mostrou melhora de volume e margens, mesmo em um ambiente de vendas que segue difícil. Apesar de mais uma rodada de baixa de estoque, em nossa última atualização chegamos a comentar que ainda esperávamos mais um ajuste relevante no último trimestre de 2024, para encerrar o ano da “faxina”. 

Perspectivas para 2025: números mais limpos e foco na recuperação internacional

A partir de agora, esperamos números bem mais limpos e condizentes com as melhorias que vêm sendo implementadas nos últimos dois anos. 

Além disso, 2025 deve ter como foco a virada de resultados na Havaianas Internacional, que hoje tem afetado negativamente os resultados, mas que já chegou a contribuir com mais de R$ 100 milhões anuais para a companhia. 

Por 7x valor da firma/Ebitda esperados para o ano, Alpargatas é uma ação recomendada em uma das carteiras da Empiricus. 

O post Alpargatas (ALPA4) encerra ‘ano de faxina’ no 4T24 e próximos balanços devem vir ‘mais limpos’ apareceu primeiro em Empiricus.