advertising

Japão Entra em Recessão: Desafios Econômicos e Políticas Monetárias

Japão Entra em Recessão: Desafios Econômicos e Políticas Monetárias

O Japão enfrenta um revés inesperado ao entrar em recessão no final do ano passado, perdendo sua posição como terceira maior economia do mundo para a Alemanha. Esse acontecimento levanta questões sobre quando o banco central começará a reverter sua política monetária ultrafrouxa, que está em vigor há uma década.

advertising

Analistas alertam para a possibilidade de outra contração no trimestre atual, devido à fraca demanda na China, ao consumo lento e às interrupções na produção, como ocorreu na unidade da Toyota Motor Corp.

Yoshiki Shinke, economista executivo sênior do Dai-ichi Life Research Institute, observa que a lentidão no consumo e nos gastos de capital, fundamentais para a demanda doméstica, é particularmente preocupante. Ele ressalta que a economia continuará sem impulso significativo por enquanto, dada a ausência dos principais impulsionadores do crescimento.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão diminuiu 0,4% em uma taxa anualizada no último trimestre de 2023, contrariando as expectativas do mercado de um aumento de 1,4%. Dois trimestres consecutivos de contração configuram uma recessão técnica.

Embora muitos analistas ainda esperem que o Banco do Japão reduza gradualmente seu estímulo monetário este ano, os dados fracos levantam dúvidas sobre a capacidade dos aumentos salariais de sustentar o consumo e manter a inflação em torno da meta de 2%.

Stephan Angrick, economista sênior da Moody’s Analytics, observa que duas quedas consecutivas no PIB e três na demanda doméstica são preocupantes e tornam mais difícil para o banco central justificar um aumento das taxas de juros.

O ministro da Economia, Yoshitaka Shindo, destaca a importância de um crescimento sólido dos salários para sustentar o consumo, que tem sido afetado pelo aumento dos preços. Ele afirma que o Banco do Japão considera uma variedade de dados ao orientar sua política monetária.

O consumo privado, que representa mais da metade da atividade econômica, registrou uma queda de 0,2%, enquanto as despesas de capital recuaram 0,1%, ambos abaixo das expectativas.