Preço do Bitcoin em 18/08: análise macro e técnica
O preço do Bitcoin registrou queda expressiva em 18 de agosto de 2025. Cotado a R$ 625.820,41, o BTC caiu mais de 3%, voltando para US$ 115 mil. Esse movimento preocupa traders e investidores, pois sinaliza enfraquecimento do impulso comprador após recentes máximas históricas.
Bitcoin análise macroeconômica
Segundo André Franco, CEO da Boost Research, os mercados asiáticos avançaram de forma moderada, impulsionados pela expectativa em torno do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no simpósio de Jackson Hole.
O índice Nikkei atingiu novas máximas, enquanto contratos futuros do S&P 500 e Nasdaq se mantiveram próximos de seus recordes. O petróleo registrou queda leve diante de sinais de equilíbrio no fornecimento russo. Já o dólar ganhou força contra outras moedas, apoiado por recuperação parcial após perdas anteriores.
Ao mesmo tempo, o ouro manteve estabilidade, amparado por correções recentes e pela queda nos juros de curto prazo. Já o preço do Bitcoin, cotado em torno de US$ 115.700, apresentou viés de correção. A força do dólar e a cautela nos mercados globais limitaram o fôlego da criptomoeda, que tende a permanecer em consolidação até que o Fed ofereça diretrizes mais claras sobre política monetária.
Bitcoin análise técnica
Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, identificou três fatores principais por trás da queda: envio de mais de 12 mil BTC por baleias para corretoras, liquidações acima de US$ 1 bilhão e incapacidade de sustentar o rompimento de US$ 124 mil.
Além disso, as reservas de BTC em corretoras subiram para 2,43 milhões, patamar historicamente ligado a correções. As taxas de financiamento caíram quase 50% em relação ao mês anterior, enquanto os custos de crédito no mercado OTC aumentaram, revelando queda no apetite por risco.
Do ponto de vista técnico, o BTC testa a média móvel simples de 30 dias, em torno de US$ 117.384. A faixa de suporte entre US$ 114,5 mil e US$ 117,5 mil é decisiva. A perda desse intervalo pode abrir espaço para quedas adicionais, enquanto a manutenção poderia sustentar tentativas de recuperação.
Apesar da pressão, os ETFs de Bitcoin mostraram entradas líquidas de US$ 231 milhões, o que ajuda a equilibrar a pressão vendedora. Ainda assim, métricas on-chain sugerem cautela: o número recorde de endereços em lucro reforça risco de correção, já que historicamente coincide com períodos de topo.
Nova onda de pressão
Paulo Aragão, do podcast Giro Bitcoin, reforça a percepção negativa. Ele explica que, após atingir US$ 124.327, o BTC sofreu reversão forte, rompendo para baixo da média móvel de 50 dias.
Outro ponto importante é a divergência de baixa no RSI. Enquanto o preço fazia topos, o indicador recuava abaixo de 70 pontos, mostrando perda de força do movimento comprador. Esse descompasso indica que o ativo pode buscar níveis mais baixos antes de qualquer recuperação.
No curto prazo, a análise técnica sugere um reteste na zona de US$ 112 mil. Se a pressão persistir, a queda pode alcançar US$ 106 mil a US$ 105 mil. Esses níveis são considerados áreas de consolidação anteriores, capazes de atrair atenção de traders de curto prazo.
Mesmo assim, existe a chance de estabilização. Se o suporte se mantiver, o mercado pode voltar a ganhar força, especialmente com entradas institucionais em ETFs. Portanto, cautela segue sendo a palavra-chave.
Impactos no mercado cripto
Enquanto o preço do Bitcoin enfrenta correção, outras criptomoedas mostram desempenhos distintos. Provenance Blockchain (HASH), Monero (XMR), Leo Token (LEO) e Hyperliquid (HYPE) apresentaram ganhos modestos no dia 18 de agosto. Já Mantle (MNT), Bonk (BONK) e SPX6900 (SPX) registraram as maiores baixas, com quedas entre 8% e 10%.
Esse cenário reforça como movimentos do BTC impactam o mercado cripto de forma ampla, mas não homogênea. Algumas altcoins reagem de forma positiva mesmo durante períodos de correção do ativo principal, enquanto outras seguem a tendência de baixa.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é a primeira moeda digital descentralizada, criada em 2009 por Satoshi Nakamoto. Limitado a 21 milhões de unidades, o ativo é operado em rede peer-to-peer e validado por blockchain. Diferente de moedas tradicionais, o BTC não é controlado por governos ou instituições financeiras.
Essa estrutura garante maior autonomia para usuários e oferece transparência, já que todas as transações ficam registradas em um ledger público. Por esse motivo, o Bitcoin é considerado por muitos uma reserva de valor e um ativo alternativo frente à política monetária global.
Conclusão
O preço do Bitcoin em 18 de agosto de 2025 reflete uma fase de correção após recentes máximas. Além disso, os fatores macroeconômicos mostram claramente o impacto da força do dólar bem como da expectativa em torno do Fed. Por outro lado, os fatores técnicos indicam pressão de baleias, liquidações em massa e ainda divergência em indicadores, o que reforça o cenário de cautela.
Assim, a faixa entre US$ 114,5 mil e US$ 117,5 mil é o ponto decisivo para o curto prazo. A reação do BTC nesse intervalo mostrará se a criptomoeda buscará recuperação ou se seguirá pressionada rumo a novos suportes.