O dólar encerrou a sexta-feira (7) com alta de 0,51%, cotado a R$ 5,7892. Seguindo a tendência de fortalecimento do real observada desde segunda-feira (3), no acumulado da semana, a cotação do dólar registrou uma queda de 2,15%.
Os dados sobre o PIB brasileiro em 2024 e o relatório de emprego nos Estados Unidos, payroll, foram os destaques desta sexta-feira (7) que impactaram o câmbio, após uma semana parada por conta do feriado de Carnaval.
Do lado de cá, o PIB do Brasil apresentou um crescimento de 3,4% em 2024, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para um total de R$ 11,7 trilhões no ano.
Enquanto isso, o dólar americano perdeu fôlego após a divulgação do payroll. Conforme registrado pelo Departamento do Trabalho dos EUA, o mercado de trabalho abriu 151 mil postos em fevereiro, diante de expectativas próximas de 160 mil vagas. O dado do mês de janeiro também foi abaixo das projeções, passando de criação de 143 mil vagas para 125 mil.
“Com os resultados dos indicadores macro dessa semana, parece que o mercado pode estar subestimando a possibilidade de cortes de juros nos EUA neste ano. Se o mercado migrar para essa ponta, haveria espaço para a apreciação do real nos próximos dias”, comenta a analista de renda fixa e fundos de investimentos, Lais Costa, da Empiricus Research.
O analista de macroeconomia da casa, Matheus Spiess, comenta que na próxima semana não devem haver mudanças suficientes em âmbito doméstico para que o preço do dólar ultrapasse a barreira dos R$ 5,70.
“Olhando para a semana que vem, não vejo qualquer sinalização do governo em relação à responsabilidade fiscal. Então, na margem, o que poderia vir a fortalecer o real se deve a notícias do exterior”, explica o analista.
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Trajetória da cotação do dólar em relação ao real no primeiro bimestre do ano
Na análise de Spiess, o real está no meio de uma encruzilhada interessante.
“Vimos, no final do ano passado, a moeda brasileira reagindo a dois vetores: o fortalecimento do dólar no mundo depois da eleição de Donald Trump, um fenômeno global; e a tensão sobre o câmbio do real por conta das questões fiscais do governo brasileiro, que fracassou em apresentar um plano crível de convergência das expectativas na trajetória do pacote de crescimento dos gastos públicos”, recapitula o analista.
Em janeiro, o real teve um clássico rebound (recuperação) acompanhado de uma “ressaca” do processo de fortalecimento do dólar no mês. Segundo Spiess, esse ricochete da moeda encontrou um piso entre R$ 5,70 e R$ 5,75, a níveis mais amigáveis do que o patamar de R$ 6,20 a R$ 6,30 que chegou no final de 2024.
“O real dificilmente encontrará um patamar inferior, a menos que haja uma sinalização mais clara de responsabilidade fiscal por parte do governo ou um enfraquecimento adicional do dólar. Este segundo ponto pode ser impulsionado com os ruídos da questão comercial americana que já fortaleceram o euro. No caso de uma desaceleração ou recessão econômica dos EUA, o dólar também perderia seu apetite”, analisa.
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