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Nvidia (NVDC34) divulga mais um trimestre acima das estimativas do mercado; o que explica a queda das ações?

Na quarta-feira (26), após o fechamento do mercado, a Nvidia (B3: NVDC34 | Nasdaq: NVDA) reportou os seus balanços do quarto trimestre do ano fiscal de 2025 (encerrado em janeiro). Como de costume, os números vieram acima das estimativas dos analistas.

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No período, a companhia tida como a grande beneficiária do desenvolvimento da Inteligência Artificial reportou vendas de US$ 39,331 bilhões, crescimento de 78% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Veja o desempenho da Nvidia no trimestre por linha de negócio

Analisando por linha de negócio, o principal vetor de aumento na receita continuou sendo a parte voltada a Data Centers, com faturamento de US$ 35,580 bilhões (+93% vs. 4T24), dos quais US$ 32,556 bilhões (+116%) foram voltados à computação e US$ 3,024 bilhões (-9%) aos sistemas voltados a conexões de rede.

Outro segmento que apresentou bons números foi a parte Automotiva, com vendas de US$ 570 milhões, valor 103% maior do que o apresentado um ano antes, beneficiada pelo aumento na demanda por plataformas voltadas a veículos autônomos. Contudo, a linha de negócio ainda tem uma baixa representatividade do todo, representando nem 2% da receita trimestral.

Por outro lado, a linha de Gaming, na qual a empresa era principalmente conhecida antes do surgimento do ChatGPT, viu suas vendas caírem 11%, somando US$ 2,544 bilhões no trimestre, devido à menor disponibilidade de GPUs para esse segmento no período.

Lucro líquido cresce 71% na comparação anual

Já o lucro bruto da companhia foi de US$ 28,894 bilhões, aumento de mais de 70% ante um ano atrás. Entretanto, isso representa uma margem de 73,5%, um recuo de pouco mais de 3 pontos percentuais na comparação anual e 1,5 ponto percentual em relação ao 3T25 devido as maiores complexidades e custos envolvidos para a fabricação dos chips para Data Centers.

Ainda assim, a empresa foi capaz de reportar um lucro operacional de US$ 25,516 bilhões, 73% maior do que o reportado um ano antes e o equivalente a uma margem de 64,9% (-1,8 ponto percentual vs. 4T24, -1,4 p.p. vs 3T25). 

Na linha final de resultado, o lucro líquido do trimestre foi de US$ 22,066 bilhões, ou US$ 0,89 por ação, crescimento de 71% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Confira os números no consolidado do ano fiscal de 2025

Os números referentes ao ano fiscal de 2025 também reforçam a importância que os sistemas voltados a Data Centers passaram a ter para a Nvidia.

A receita no ano foi de US$ 130,497 bilhões, uma alta de 114% em relação ao período anterior.

As vendas voltadas para Data Centers totalizou US$ 115,186 bilhões (+142% vs. 2024), sendo US$ 102,196 bilhões (+162%) de produtos de computação e US$ 12,990 bilhões (+51%) para conexões de rede. 

A parte voltada para automóveis encerrou o período com receita de US$ 1,694 bilhão (+55% vs. 2024). Já a de Gaming, neste caso, apresentou alta de 9%, totalizando US$ 11,350 bilhões.

O lucro bruto no ano somou US$ 98,505 bilhões, mais do que o dobro do período anterior (US$ 44,959 bilhões) e o que representa uma margem de 75,5% (+1,7% p.p. vs. 2024). O ganho de margem no ano está relacionado a maior relevância do segmento de Data Centers no negócio como um todo.

O lucro operacional também mais do que dobrou em relação ao ano fiscal de 2024, totalizando US$ 86,789 bilhões (+134%), aumento parecido no lucro líquido (US$ 74,265 bilhões, US$2,99 por ação, +130%).

A melhora substancial no negócio também permitiu à companhia aumentar significativamente a sua geração de caixa. No ano, o fluxo de caixa operacional somou mais de US$ 64 bilhões, comparado com US$ 28,1 bilhões no ano fiscal anterior.

Isso permitiu à direção retornar valores significativos aos seus acionistas, que totalizaram US$ 34,5 bilhões no ano fiscal de 2025 (US$ 33,7 bilhões em recompras, US$ 834 milhões em dividendos).

Nvidia projeta crescimento de 60% nas vendas para o próximo trimestre

Além disso, como de costume, a companhia divulgou um guidance para o primeiro trimestre do ano fiscal de 2026 (encerrado em abril de 2025) acima das expectativas dos analistas, com projeção de vendas de US$ 43 bilhões. Caso entregue esse resultado, estamos falando de um aumento de mais de 60% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

Entretanto, diferentemente de outras oportunidades, a diferença entre o esperado pela empresa e pelo mercado veio bem menor (abaixo do US$ 1 bilhão). 

Já a margem bruta do trimestre deve ficar entre 70,6% e 71%, mostrando ainda algumas dificuldades com os novos chips oferecidos para Data Centers, que tem impactado negativamente os custos e despesas da operação.

Importante salientar, contudo, que uma das dúvidas do mercado — a demanda pelos chips Blackwell — parece ter sido esclarecida positivamente. 

De acordo com a direção, essa versão foi responsável por US$11 bilhões das vendas do trimestre (quase 30% da receita), se tornando o produto com melhor estreia de vendas em sua história. E praticamente metade das vendas da plataforma foram para provedoras de serviços de computação em nuvem (leia-se Big Techs).

Queda da Nvidia pode abrir oportunidades de investimentos no setor

Apesar dos números muito bons, o fato do sentimento de mercado ainda continuar levemente negativo para as ações de tecnologia — talvez com dúvidas ainda persistindo se os imensos investimentos das grandes empresas do setor para o desenvolvimento da IA sejam realmente necessários — parece ter pesado nas ações da Nvidia (B3: NVDC34 | Nasdaq: NVDA), que caíam mais de 4% hoje (27).

Mesmo não tendo a ação na Carteira MoneyBets, fato é que o que acontece com a Nvidia acaba impactando o setor de tecnologia (e a tese de IA) como um todo. Caso o sentimento entre em um campo que julguemos exagerado, isso pode abrir oportunidades de investimentos interessantes no setor…

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