A cotação do dólar esta semana refletiu bem o período de volatilidade que os mercados globais estão enfrentando. Nesta sexta-feira (21), a moeda começou o dia em leve alta, seguindo a tendência de fortalecimento do USD no exterior.
Impactado por novas medidas do presidente Donald Trump, ensaios de acordos geopolíticos e ainda as oscilações na política brasileira, o câmbio do dólar frente ao real encerrou esta sexta-feira (21) com alta de 0,46%, a R$ 5,7305. Na semana, a moeda valorizou 0,61%.
Câmbio na próxima semana: o que esperar?
Em âmbito global, a expectativa é de maior força do dólar em relação às moedas desenvolvidas na próxima semana, avalia a analista Lais Costa, da Empiricus.
Apesar disso, fatores políticos como a imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos e outros eventos fora da previsão, fazem com que o ambiente volátil dificulte a análise da cotação do dólar.
Além disso, agentes nacionais também podem influenciar. “Em relação ao real, soma-se um vento contrário ainda maior vindo do governo após fala do Presidente Lula sobre a intenção de anunciar novas medidas de expansão de crédito”, comenta Costa.
Até então, o que se sabe sobre a nova política de crédito de Lula diz respeito ao “pequeno empreendedor, ao médio empreendedor e ao pequeno empresário”, em três frentes distintas, segundo o presidente.
Retrospectiva semanal: sobe e desce do dólar
Nesta semana, o mercado americano permaneceu fechado na segunda-feira (17), por conta do feriado federal do Dia dos Presidentes, em homenagem ao primeiro presidente dos EUA, George Washington.
Na quarta-feira (19), as bolsas globais já retomavam o fôlego, em um dia marcado pelas expectativas em torno da divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), nos EUA.
O documento veio dentro do esperado, segundo o analista Matheus Spiess, de macroeconomia da Empiricus Research, mantendo uma postura de cautela ante as incertezas da economia americana, especialmente com as políticas comerciais do presidente Donald Trump.
“A preocupação com o potencial inflacionário das novas tarifas propostas por Trump foi destacada como um risco considerável. Diferentemente do primeiro mandato, as empresas agora parecem mais propensas a repassar os aumentos de custos aos consumidores finais”, afirma o analista.
Contudo, Spiess diz que ainda podemos ver cortes nos juros americanos em 2025. “Continuo acreditando que veremos reduções na taxa básica a partir do segundo semestre, mesmo que em um ritmo mais moderado do que o inicialmente projetado”, conclui.
Na quinta-feira (20), o governo Trump 2.0 completou um mês de mandato. Para conferir os principais destaques do andamento político e econômico do republicano nos últimos 30 dias, preparamos uma matéria especial sobre o tema. O dólar encerrou o dia em queda, a R$ 5,70, “refletindo a fraqueza global da moeda americana”, diz Spiess.
Nesta sexta-feira (21), o dólar comercial abriu o dia com humor melhor, de olho em declarações de autoridades, como o diretor de política monetária do Banco Central, Nilton David, ainda pela manhã.
Carteira dolarizada: vantagem de investimentos internacionais
Mesmo diante das oscilações no preço do dólar, a moeda americana ainda representa um ativo de segurança para o portfólio dos investidores. Segundo Spiess, o dólar permanece como a escolha mais robusta, especialmente em um cenário econômico onde a diversificação é essencial para proteger e potencializar patrimônios.
Vale lembrar que comprar dólar por corretoras ou em casas de câmbio não é a única forma de conseguir buscar lucros com a moeda. Para proteger sua carteira contra as incertezas locais, é possível capturar oportunidades através de BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
Os BDRs são certificados de ações emitidas no exterior, mas que podem ser adquiridas pela sua corretora ou instituição financeira de preferência no Brasil.
Para conhecer mais sobre esses ativos internacionais que representam empresas com exposição ao dólar e “internacionalizar” sua carteira, os analistas da Empiricus lançaram um relatório de 10 empresas para investir fora do país. O acesso é completamente gratuito clicando aqui.
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