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Custo de Angra 3: Vale a Pena Concluir a Usina Nuclear?

Custo de Angra 3: Vale a Pena Concluir a Usina Nuclear?

O Custo de Angra 3 e o Futuro da Energia Nuclear no Brasil

A usina nuclear de Angra 3 tem sido um tema polêmico no setor energético. O custo de Angra 3 gera divisão no governo, com a equipe econômica defendendo o abandono do projeto. No entanto, especialistas apontam que sua conclusão poderia garantir segurança energética e estabilidade na matriz elétrica do país.

Os Impasses e os Custos Envolvidos

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A decisão sobre a finalização da usina nuclear de Angra 3 está nas mãos do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta que são necessários R$23 bilhões para finalizar a obra, que já consumiu R$12 bilhões. Em contrapartida, abandonar a usina teria um custo estimado de R$21 bilhões.

A equipe econômica argumenta que a geração de energia de Angra 3 teria um custo elevado, impactando a conta de luz. Além disso, há questionamentos sobre a viabilidade econômica da usina a longo prazo.

Se a decisão for pela continuidade da obra, outros desafios surgem, como a captação de recursos e a garantia de um cronograma realista para sua conclusão. A previsão atual é de pelo menos mais cinco anos de construção, além dos prazos para licitações e processos regulatórios.

Benefícios e Desafios da Conclusão

O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite, defende que o custo de Angra 3 deve ser comparado a outras usinas térmicas. Segundo ele, a energia nuclear é estratégica, pois garante estabilidade na geração elétrica, diferentemente das fontes intermitentes, como eólica e solar.

Outro ponto levantado pelos defensores da conclusão é o custo da obra paralisada. Atualmente, a manutenção da usina inacabada custa mais de R$1 bilhão ao ano. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforça que “o pior projeto de infraestrutura é o projeto parado”.

Especialistas também apontam que a conclusão da usina traria vantagens ambientais, pois a energia nuclear é considerada limpa, sem emissões diretas de gases do efeito estufa. Isso poderia contribuir para a transição energética do Brasil e reduzir a dependência de usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis.

Alternativas e Soluções Possíveis

A conclusão de Angra 3 poderia contar com captação de recursos privados, reduzindo o impacto no Tesouro Nacional. Outra alternativa seria renegociar financiamentos e parcerias para viabilizar o empreendimento sem comprometer o orçamento do governo.

Entretanto, a disputa entre governo e Eletrobras adiciona mais um entrave. A privatização da companhia alterou o peso da União nas decisões estratégicas, o que dificulta um consenso sobre a usina.

Caso o projeto seja abandonado, haverá impactos significativos na cadeia produtiva da indústria nuclear brasileira. Empresas que fornecem materiais e serviços para a usina teriam que reavaliar seus investimentos e perspectivas de mercado. Além disso, os custos de paralisação podem comprometer outros setores da infraestrutura energética do país.

Conclusão

A discussão sobre o custo de Angra 3 continua sem definição clara. A usina pode reforçar a segurança energética do Brasil, mas exige um alto investimento. O governo precisa avaliar se os benefícios justificam o montante necessário para sua conclusão. Enquanto isso, a indefinição gera custos e incertezas para o setor energético.

A decisão final será tomada pelo CNPE, mas até lá, o debate seguirá intenso entre economistas, políticos e especialistas do setor elétrico. O desfecho dessa questão definirá o futuro da energia nuclear no Brasil e seu papel na matriz energética nacional.


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