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Nvidia (NVDC34) pode enfrentar aumento de restrições de exportações para países fortes em IA: como fica a companhia?

Na semana passada, a Bloomberg divulgou que o governo de Joe Biden estaria considerando aumentar as restrições às vendas de chips avançados de Inteligência Artificial da Nvidia (NVDC34) e outras empresas para certos países. O foco é, especialmente, as nações que estão investindo pesadamente nesse setor.

As restrições dos EUA prejudicariam Nvidia?

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Segundo Enzo Pacheco, analista de ações internacionais da Empiricus Research, essa é parte de uma estratégia para conter o avanço tecnológico da China no setor de IA.

Inclusive, ele lembra, o governo Biden já impôs restrições desse tipo antes a empresas como Nvidia e AMD para mais de 40 países na região do Oriente Médio, África e Ásia, com o objetivo de evitar que tecnologias avançadas em IA sejam utilizadas para fins militares ou que possam ser redirecionadas para países considerados uma ameaça.

“Isso é importante porque a China é um mercado estratégico para qualquer empresa. Para se ter uma ideia, estima-se que as vendas de chips de IA para data centers representam de 20% a 25% da receita da Nvidia. Com as restrições, a empresa perderia uma parte considerável dessa receita”, aponta.

A própria Nvidia declarou à BBC que não espera um impacto significativo em seus resultados financeiros a curto prazo, devido à forte demanda global por seus produtos.

Em relação aos candidatos à presidência dos Estados Unidos, Pacheco acredita que Donald Trump pode intensificar essas restrições, por ter uma postura mais protecionista. Já Kamala Harris ele pensa que pode seguir uma política parecida com a de Biden.

Nvidia tem bom ritmo de crescimento em 2024

Ao longo deste ano, o crescimento da demanda pelos processadores de inteligência artificial da Nvidia (NVDC34) tem levado suas ações a baterem novos recordes. Essas altas elevaram o valor de mercado da empresa, no ano, em quase 180%, que hoje é avaliada em US$ 3,39 trilhões.

Com isso, a gigante continua entre as maiores do setor de tecnologia e disputa a acirrada posição de companhia mais valiosa do mundo, a qual chegou a ocupar brevemente em junho. Hoje, ela perde apenas para a Apple (AAPL34), que vale US$ 3,52 trilhões.

Segundo Pacheco, é impossível dissociar o sucesso da Nvidia à expansão da inteligência artificial. Isso porque a companhia é a principal fornecedora de GPUs (Unidades de Processamento Gráfico, na sigla em inglês), essenciais para executar operações de IA.

Outro ponto relevante, o analista ressalta, é a receita pujante da companhia. “Nos últimos cinco trimestres, a receita da Nvidia mais do que dobrou. Em três desses quatro trimestres, o crescimento foi superior a 200%. Estima-se que a Nvidia detenha cerca de 90% do mercado de chips para IA, e essa dominância não parece estar em risco”, afirma.

Vale a pena investir em Nvidia agora?

Para Pacheco, o melhor agora é ficar de fora das ações de Nvidia. Ele acredita que a empresa pode ter um desafio à frente em relação a manter a velocidade de crescimento que tem apresentado nos últimos meses.

“Para quem pensa em investir, sugeriria alocar uma pequena parte do portfólio. A ação não é extremamente cara, mas também não é barata, e apresenta volatilidade significativa”, afirma o analista.

Além disso, ele destaca que o papel já teve outros três momentos mais atrativos em termos de preço. “As ações caíram 13% em junho, quase 30% entre julho e agosto, e 20% no início de setembro. Naturalmente, os preços se recuperaram, mas esses foram boas oportunidades para investir. Nos preços atuais, eu preferiria investir apenas uma pequena parte do meu portfólio”, recomenda.

Em vez de Nvidia, Pacheco prefere estas outras 10 ações internacionais para se investir agora.

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