Ontem, após o encerramento do pregão regular, a Netflix (B3: NFLX34 | Nasdaq: NFLX) divulgou os seus balanços do terceiro trimestre de 2024 (3T24).
Os números vieram melhores do que a expectativa dos analistas, mostrando a dominância do streaming da Netflix no seu segmento de atuação.
Netflix no 3T24: receita, assinaturas e lucro da companhia
A receita da Netflix no período foi de US$ 9,825 bilhões, valor 15% maior do apresentado um ano antes (+21%, desconsiderando a variação cambial).
O período encerrou totalizando 282,72 milhões de assinantes da Netflix, um crescimento de 14,4% e uma adição líquida de 5,07 milhões de novos usuários em relação ao 2T24. A receita média por usuário ficou estável (+5%, ex-câmbio) na comparação anual.
Mostrando que possui um diferencial claro em relação aos seus principais concorrentes, que ainda lutam para atingir bons níveis de lucratividade, a empresa reportou um lucro operacional de US$2,909 bilhões (+51,8% vs. 3T23), o equivalente a uma margem de 29,6% (+7,2 p.p.).
Na linha final de resultado, o lucro líquido da Netflix totalizou US$2,364 bilhões, ou US$5,40 por ação, crescimento de 44,7% ante o mesmo trimestre do ano passado.
Expectativas de crescimento para NFLX34
Para o 4T24, a direção da Netflix espera reportar vendas de US$10,128 bilhões (+14,7% vs. 4T23, +17% ex-câmbio), graças a uma adição líquida de assinantes maior do que no 3T24 devido a sazonalidade do negócio e devido ao lançamento de novos conteúdos. A margem operacional deve ficar na casa dos 22%, e o lucro líquido acima de US$1,8 bilhão (US$4,23/ação, +100% na comparação anual).
Para o ano, a expectativa é de um aumento de 15% na receita e uma margem operacional de 27%, o que representaria um aumento de 6 pontos percentuais de margem na Netflix ante 2023.
Já para 2025, a reaceleração do negócio deve permitir à companhia continuar divulgando bons resultados. A projeção interna indica vendas entre US$43 bilhões e US$44 bilhões, o que representaria um aumento de 11% a 13% em relação a 2024, tanto pelo aumento de novas assinaturas como na receita média por usuário, com uma meta de margem operacional de 28%.
Apesar de parecer uma melhoria pequena em relação a 2024, a direção diz ver a possibilidade de continuar entregando margens maiores no longo prazo, mas enxerga ser necessário fazer investimentos no curto prazo para conseguir crescer ainda mais o negócio.
Investimentos em anúncios deve impulsionar monetização
Uma dessas frentes está relacionada à parte de advertising, uma das principais vias de crescimento e melhoria das margens pelos analistas.
O plano de assinatura da Netflix com anúncios continuam mostrando um bom momento, com o número de assinantes crescendo 35% no 3T24 em relação ao 2T24 e representando mais da metade das novas assinaturas nos países que já contam com essa opção.
Além disso, a plataforma para que os anunciantes possam divulgar suas marcas no streaming está prestes a ser lançada no Canadá (novembro), e todos os outros países com esse tipo de assinatura também terão acesso em 2025.
Ainda assim, a empresa entende estar nos primeiros passos para uma monetização adequada nessa linha de negócio, e não espera que essa receita seja o principal vetor de crescimento no ano que vem.
Isso porque, na visão dos executivos, o desafio é que a empresa tem conseguido escalar o negócio de maneira mais rápida do que a monetização do estoque crescente de anúncios, reduzindo momentaneamente a receita média por usuário.
Resultado agraodu acionistas da Netflix
Os investidores gostaram do que viram, com as ações NFLX se valorizando mais de 10% na Nasdaq e atingindo uma nova máxima histórica.
Porém, dado a forte alta no ano (+62%), calcado nos ótimos resultados recentes, esperaria uma eventual realização no preço da ação da Netflix por conta do valuation atual (32 vezes lucros projetados para 2025).
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