Em 2024, o dólar sobe 16,6% até hoje (29), aos R$ 5,64. Sem ser neste ano, a divisa americana não chegava a esse patamar desde dezembro de 2021, período em que o Federal Reserve (Fed) elevou os juros americanos.
Diante dessa alta, muitos investidores se perguntam se ainda é hora de se expor ao dólar ou aumentar posição nele. Para os analistas da Empiricus Research, “sempre é uma boa hora para estar exposto ao mercado internacional”.
‘Não importa se o dólar está a R$ 5,60, R$ 5,15 ou R$ 4,80’
Como posição estrutural, eles recomendam ter um percentual de pelo menos 30% da carteira em ativos internacionais. Mas, para isso, ressaltam, não é preciso colocar todos os seus recursos de uma vez.
“Dá para construir essa posição de forma gradual. As pessoas subestimam o poder, no longo prazo, de fazer pequenos aportes. É interessante investir um pouco por mês, por exemplo, até para surfar patamares diferentes do dólar”, orienta Matheus Spiess, analista de macroeconomia.
Além disso, Enzo Pacheco, especialista em mercado internacional, complementa: “O investidor também não precisa comprar só a moeda em si, é possível se expor aos EUA por meio de ações americanas, fundos internacionais ou mesmo ETFs que invistam em títulos de renda fixa do Tesouro Americano”, orienta”.
Segundo Pacheco, o segredo é não ficar esperando a “cotação perfeita” para investir em dólar.
“Se você ficar sempre esperando dólar cair para se posicionar, enquanto espera, ele já se valorizou de novo. Fora que outras posições internacionais da carteira podem compensar uma eventual desvalorização do dólar. Quem investiu em ações de Inteligência Artificial na pandemia, por exemplo, ganhou a ponto de compensar outras perdas”.
Ainda segundo ele, o investidor também não tem mais desculpas para deixar de aplicar lá fora: “Hoje em dia existem várias empresas e veículos de investimento que permitem comprar ativos lá fora sem complicação, incluindo os fundos da Empiricus Gestão“.
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S&P 500 valorizou 20% no primeiro semestre e Nasdaq, 15%
Pacheco ainda recorda o investidor de que, no primeiro semestre de 2024, os principais índices de ações americanas entregaram retornos estelares, mesmo diante da aversão a ativos de risco, devido às taxas de juros ainda elevadas tanto nos EUA quanto no Brasil.
O S&P 500, com as 500 principais ações dos EUA, subiu 20% em seis meses. O Nasdaq, composto por papéis de tecnologia, disparou 15%.
“Por mais que muitas vezes o contexto econômico globalmente esteja difícil e os Estados Unidos esteja sofrendo, ele com certeza é o que tende a se recuperar mais rápido e se sair melhor”, reforça Pacheco.
O analista ainda lembra que apenas uma fatia muito pequena investe no Brasil – de 1% a 2% dos investidores do mundo todo: “Por isso, não dá para concentrar 100% da carteira em ativos domésticos”.
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