Maio veio como mais um mês em um ano difícil para o mercado de ações no Brasil, com a bolsa acumulando uma queda de 9%. As ações small caps sofrem ainda mais, com uma desvalorização de quase 15%.
Neste cenário, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, em conjunto com Bruno Mérola e Rafaela Ribas, analistas da Empiricus, comenta os resultados da Família FoF Melhores Fundos da gestora.
O destaque ficou para os fundos Global e Global Equities, que subiram 3% e 2,80% respectivamente. A alta, ocasionada pelo bom resultado das bolsas internacionais, infelizmente não se repetiu nos fundos ligados ao mercado doméstico.
Nos demais FoFs, como resultados positivos, tivemos o Multiestratégia com 0,43%, o Melhores Fundos Multimercados com 0,14% e o Conservador que subiu 0,88%. Nas quedas, tivemos o Novas Ideias com redução de 0,66%, o Melhores Fundos Retorno Absoluto com menos 0,20% e o Ações, que caiu 1,64% — ainda melhor que o Ibovespa que caiu 3% no mês.
O ‘banho de sangue’ dos multimercados
A falta de recursos para a bolsa brasileira, ruídos no governo e dólar em alta, foram fatores que impactaram no resultado, conforme apontou João, “a gente vê a bolsa brasileira patinando mais um mês consecutivo, ainda sofrendo muito pela falta de liquidez”.
Mesmo ativos de renda fixa pré-fixados e indexados à inflação não estão imunes às dificuldades, apresentando perdas devido à abertura da curva de juros. Isso tem impactado negativamente os rendimentos desses investimentos.
As carteiras multiestratégia, que combinam diversas classes de ativos, também estão enfrentando um ano desafiador. Bruno descreve que essas carteiras, que incluem parcelas de inflação, multimercados, ações e alternativos, estão com desempenhos fracos: “está rolando um ‘banho de sangue’ em multimercados no desempenho até esse momento”.
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Quem está ganhando dinheiro em 2024?
Bruno faz uma análise do mercado e para entender quem são os investidores que estão conseguindo ganhar dinheiro no Brasil este ano, mesmo em um cenário tão adverso.
Para ele, “quem está comprado em fundos de crédito ou em crédito conseguiu ganhar um pouco de dinheiro acima do CDI”.
Bruno atribui esse desempenho positivo a dois fatores principais: a ausência de eventos negativos relevantes no mercado de crédito, ao contrário do que ocorreu no ano passado, e a redução dos spreads desde o início do ano. Além disso, mudanças na regulação de fundos exclusivos e de previdência resultaram em um aumento de fluxo de capital direcionado para ativos de crédito.
Em contraste às quedas da bolsa brasileira, ele aponta a alta de mais de 10% do S&P 500, de 8% do dólar, proporcionando algum alívio para investidores em moeda estrangeira junto ao ouro que também sobe.
O analista também diz que “as criptomoedas estão subindo muito”, mas lembra que “a gente sempre sugere que você tenha uma parcela muito pequena” deste ativo.
Impactos da inflação e projeções para a Selic
A recente alta da inflação no Brasil levantou preocupações entre analistas sobre a manutenção da Selic nos níveis atuais.
Rafaela destacou que o risco crescente de inflação deve impedir cortes de juros a curto prazo e traz a previsão de 11% para a taxa de juros até o fim do ano.
Com isso, Bruno apontou mudanças que foram realizadas para corresponder a este novo cenário com o aumento da exposição a indexados a inflação de curto prazo e redução de crédito e complementa que “a gente já estava com uma cabeça de que, talvez o risco maior no Brasil, no curto e médio prazo. seja ter mais inflação”.
Segundo os analistas, a situação econômica no Brasil permanece delicada, com uma possível necessidade de ajuste nas estratégias de investimento para mitigar os riscos associados à inflação e à política monetária.
João comenta o comportamento dos gestores e investidores e analisa que “o mercado como todo está se apegando a questão da queda de juros” e que “esse foi um erro que todos acabaram sofrendo, porque no final todo mundo deveria ter adaptado a carteira ao cenário que está acontecendo, que é de redução de probabilidade de queda de juros”.
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Mudanças nos FoFs e ajustes estratégicos
Nas atualizações do mês de maio, foram realizados ajustes na alocações táticas para otimizar os retornos. Os destaques são:
Entre as principais adições está o Absolute Space, um dos fundos mais aguardados pelos assinantes, agora integrado à carteira para atender a essa demanda crescente. Além disso, o SPX Ranger, uma versão mais arrojada do SPX, foi incorporado nas carteiras de previdência juntamente com o Zara Prev.
Outra inclusão de destaque é o Clave Equity Hedge, um fundo long and short neutro gerido por André Caldas, ex-executivo de instituições como Credit Suisse e Itaú, e o Icatu Vanguarda Igaraté, um fundo menos conhecido, mas com um processo de gestão altamente especializado conduzido por Luiz Missagia.
Além das novas inclusões, também foram realizados ajustes táticos nas alocações dos FoFs. A parcela de inflação de curto prazo foi aumentada, enquanto a de crédito high grade foi reduzida, em resposta aos spreads apertados observados no mercado.
Essa mudança estratégica, implementada em meados de maio, foi considerada favorável devido à estabilização dos spreads de crédito e aos retornos atrativos da inflação, que ultrapassaram 6,15% (IPCA + 6,15%).
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