As bolsas e as curvas de juros operam em queda nesta manhã de terça-feira (4).
Nos EUA, o banco central divulgou o livro bege na última quarta-feira (29). De maneira geral, a avaliação qualitativa da atividade econômica dos doze distritos que compõem o Federal Reserve foi positiva. A maioria dos distritos reportou crescimento modesto, embora o gasto discricionário tenha sido menor, refletindo maior sensibilidade aos preços. Houve continuação da expansão da demanda por serviços não bancários, contudo, o crescimento do crédito mostrou-se novamente restrito devido às altas taxas de juros.
Em relação ao mercado de trabalho, a percepção foi de ganhos insignificantes na maioria dos distritos, com melhor balanço entre demanda e oferta de mão-de-obra e, consequentemente, menor rotatividade de funcionários. No que tangem os salários, foi relatado um crescimento moderado, compatível com as médias históricas pré-pandemia.
Por fim, mas não menos importante, o documento ainda revelou que, na maioria dos distritos, foi possível notar uma maior resistência dos consumidores em relação aos preços, o que levou a uma pressão sobre as margens de lucros das empresas.
Mercado americano aumentou a probabilidade da primeira redução de juros
De maneira geral, é possível afirmar que o documento revelou um qualitativo favorável da economia americana, com crescimento ainda saudável e redução paulatina nas pressões do mercado de trabalho e nos preços.
Similarmente, a medida de inflação preferida do Federal Reserve, o PCE (personal consumption expenditure) foi divulgado na última sexta-feira (31). O indicador de preços ficou em 0,26% m/m em abril, levemente abaixo das expectativas de 0,3% m/m e mostrando uma desaceleração em relação ao mês de março (0,32% m/m). A medida de núcleo cresceu 0,249% m/m, também ligeiramente abaixo do estimado pelos economistas (0,2% m/m) e reduzindo o seu ritmo em relação à leitura anterior (0,3%).
De maneira geral, a composição do indicador também foi positiva. Entre os destaques, o setor de serviços mostrou queda importante de 0,44% para 0,27% no mês, com contribuição relevante da desaceleração de serviços de habitação, saúde e transporte.
A medida de consumo real (descontada a inflação do período) registrou queda de -0,1%, impactada principalmente pela contração de bens não duráveis. De forma similar, a renda real disponível também registrou queda (-0,1%) em abril, o que aponta para um início mais tímido de segundo trimestre de 2024.
Embora os níveis de inflação ainda apontem para patamares incompatíveis com o cumprimento da meta de 2% a/a do banco central americano, é possível afirmar que o dado foi positivo e reforça a narrativa de que estamos voltando para o caminho de convergência de preços na maior economia mundial.
Apesar do indicador não nos parecer apontar para um cenário de corte iminente de juros, após a divulgação do dado, o mercado aumentou a probabilidade da primeira redução de juros na reunião do dia 18 de setembro.
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Resultado do PIB brasileiro apresentou composição positiva
No Brasil, foram divulgados os principais indicadores do mercado de trabalho no final da semana passada, que revelaram um mercado bastante apertado.
De maneira resumida, a taxa de desemprego de abril caiu de 7,9% para 7,5%, baixo do consenso (7,7%) e no seu menor patamar em 10 anos. A taxa de participação subiu pelo sexto mês consecutivo, embora ainda em patamares bastante deprimidos.
O CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelou a criação de cerca de 240 mil vagas, acima do esperado (210 mil), com revisão para cima do dado do mês de março. Vale ainda mencionar que a taxa de pedidos de demissão atingiu o seu maior patamar histórico, o que indica confiança dos empregados em relação a obtenção de um novo emprego em condições similares ou melhores que a anterior. Talvez mais relevante, o crescimento real dos salários atingiu 4,8% a/a.
A continuação do aperto no mercado de trabalho brasileiro deixa pouco espaço para revisões para baixo das expectativas de inflação de serviços (especialmente os serviços intensivos em mão de obra).
Do lado da atividade, nesta manhã o IBGE divulgou o resultado do PIB do primeiro trimestre de 2024, que apresentou uma composição positiva. O indicador expandiu 0,8% t/t, levemente acima das expectativas e com leve revisão do trimestre anterior de 0% para -0,1%. Na comparação anual, o PIB cresceu 2,5%, com destaque para a expansão dos investimentos e consumo das famílias do lado da demanda e do setor de serviços do lado da oferta.
De maneira geral, o dado aponta para uma atividade robusta no início de 2024 e adiciona um viés altista nas projeções de crescimento do PIB deste ano.
Em relação à alocação em renda fixa, o conjunto de indicadores macroeconômicos brasileiros não indicam necessidade de afrouxamento monetário. Ao contrário, o crescimento acima do esperado da atividade, combinado ao mercado de trabalho apertado com expansão de salários, sugerem um cenário com mais inflação à frente. Por isso, as sucessivas revisões das projeções de inflação no relatório Focus do Banco Central ainda não devem ter trégua.
Como temos repetido, não vemos mais espaço para cortes na Selic neste ano.
Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados
Características da CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 500 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 04/06/2026 (730 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,24% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da CDB IPCA+ do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 08/06/2026 (734 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 7,45% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 18h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 04 de junho de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (04).
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