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O que esperar da decisão do BC sobre a Selic? Confira dois títulos prefixados para aproveitar o ritmo de queda dos juros

Selic ibovespa

Os mercados iniciaram esta semana com um novo movimento de ajuste de expectativas de juros nos EUA.

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Os juros sobem ao longo da curva, arrastando as taxas de referência das demais geografias globais. Por detrás desse movimento estão os últimos dados de inflação e atividade da principal economia do mundo.

O fim dos juros negativos no Japão

Na noite passada, o Banco do Japão (BoJ) anunciou o fim de diversas medidas de estímulo monetário não convencionais que vinham sendo implementadas desde a década de 1990.

Na tarde de ontem, o jornal Nikkei havia antecipado que o BoJ encerraria o programa de controle de curva (yield curve control) e de compra de ETFs, porém, a autoridade monetária japonesa optou por medidas mais amplas.

Nos próximos 12 meses, todas as compras de ativos de risco (ETFs, títulos corporativos, etc.) serão gradativamente retiradas das operações do Banco.

O fim dos juros negativos veio acompanhado da alteração da taxa de juros de referência política para taxa overnight sem garantia (overnight uncollateralized call rate), com uma meta no intervalo de 0% -0,1% (antes em -0,1% e 0%).

Embora as decisões marquem um novo momento de condução de política monetária no Japão, esses níveis de juros ainda são bastante estimulativos. Estima-se que o juro neutro, aquele que não aquece nem freia a economia, seja por volta de 1,5% por lá.

Além disso, o diretor do BoJ, Kazuo Ueda, manteve um tom brando (dovish) em seu discurso ao falar sobre o “início do ciclo de alta de juros”, reforçando que a autoridade monetária não hesitará em retornar com as medidas não convencionais de relaxamento monetário, caso seja necessário.

Não por coincidência, o Iene deprecia cerca de 1% hoje, liderando as baixas entre os países desenvolvidos.

Desde 1994, a economia japonesa tem visto a redução das taxas de juros em resposta a um ambiente de deflação e enfraquecimento da atividade.

Durante todo esse período, muitos estudos têm tentado explicar o porquê de as medidas convencionais de política monetária, aplicadas em praticamente todas as economias globais, não tem surtido o mesmo efeito na “era de deflação crônica” no Japão.

Entre as principais explicações estão: o envelhecimento populacional, aumento do nível de poupança das pessoas e instituições após sucessivas crises econômicas, aumento dos custos domésticos em relação aos pares como os EUA, entre outros.

Considerando as expectativas de mercado para a inflação (cheia e as medidas de núcleo) acima da meta de 2% ao ano no Japão, é provável que tenhamos novas altas (graduais) de juros por lá ainda neste ano, caso não haja uma desaceleração global forte no período.

Super Quarta: o que esperar da decisão de juros nos EUA e no Brasil

Apesar da decisão histórica no oriente, o principal evento da semana será a reunião do Comitê Monetário dos EUA (FOMC) amanhã (20).

Não há expectativa de alteração na taxa de juros, contudo, será muito importante observar a atualização do Sumário de Projeções Econômicos (SEP).

O SEP é divulgado trimestralmente e revela as estimativas da autoridade monetária em relação a atividade (PIB), inflação, mercado de trabalho e taxa de juros.

Nos últimos dias, os agentes de mercado passaram a especular a possibilidade de um aumento da projeção de inflação (PCE), após os dados de janeiro e fevereiro de inflação ao consumidor (CPI) e produtor (PPI) terem surpreendido para cima.

No SEP divulgado no dia 13 de dezembro, a projeção do núcleo PCE era de 2,4% para o final de 2024, enquanto o PCE mais recente divulgado (referente ao mês de janeiro) ficou em 2,8%.

Além disso, há quem acredite que a mediana do mapa de pontos (dot-plot), que indica a estimativa dos diretores em relação à taxa de juros, também possa ser reduzida de três para dois cortes.

Atualmente, o mercado precifica uma taxa de juros de 4,6% a.a. no final deste ano, em linha com o SEP de dezembro. Portanto, uma redução no número de cortes deve fazer preço nos ativos de risco globais.

Ontem (18), os swaps chegaram a precificar menos de 50% de chance do primeiro corte de juros ocorrer na reunião de junho, embora hoje tenha superado esse patamar novamente. Mesmo com os dados de atividade e inflação divulgados neste ano superando as expectativas, continuamos esperando o primeiro corte de juros na última reunião deste semestre por lá.

E a Selic?

No Brasil, também teremos decisão de política monetária amanhã (20).

Por aqui, todos os olhos estão voltados para a prescrição futura (forward guidance) em relação ao ritmo de corte de juros nas próximas reuniões.

Desde agosto de 2023, quando o ciclo de corte da Selic foi iniciado, o Banco Central optou por indicar que nas próximas duas reuniões, pelo menos, o ritmo de corte de 50 pontos-base seria mantido.

A princípio, essa indicação visava reduzir o ímpeto do mercado em relação a uma possível aceleração para 75 pontos-base. Contudo, após sucessivas revisões de expectativa de juros nas principais economias globais, essa indicação passou de uma conotação dura (hawkish) para branda (dovish), à medida em que o diferencial de juros entre o Brasil e essas geografias continuou caindo consistentemente.

Ainda esperamos a manutenção da indicação de mais dois cortes de 50 pontos-base, porém, o Banco Central deve manter o tom cauteloso e trazer diversas observações sobre os últimos dados de inflação e atividade.

Por isso, continuamos recomendando títulos prefixados nos níveis atuais.

Confira os títulos de renda fixa recomendados no cardápio desta semana

Características do CDB  prefixado do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituição Fitch: AAA(bra)
Público-alvo Investidores em geral
Onde encontrar Banco Daycoval
Aplicação mínima R$ 1 mil
Aplicação máxima R$ 250 mil
Liquidação D+0
Vencimento (prazo) 22/03/2027 (1098 dias corridos)
Rentabilidade anual 10,85% a.a.
Tributação 15%
Pagamento de juros No vencimento
Resgate No vencimento
Garantias Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação 18h
Características do CDB  prefixado do Banco BTG Pactual
Classificação de risco da instituição Fitch: AAA(bra)
Público-alvo Investidores em geral
Onde encontrar BTG Pactual
Aplicação mínima R$ 1 mil
Aplicação máxima
Liquidação D+0
Vencimento (prazo) 19/03/2027 (1095 dias corridos)
Rentabilidade anual 10,81% a.a.
Tributação 15%
Pagamento de juros No vencimento
Resgate No vencimento
Garantias Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação 17h
As taxas das tabelas são referentes ao dia 19 março de 2024.

Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero

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