Donald Trump assumiu novamente o posto de presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro. De lá para cá, os primeiros 30 dias do governo Trump desenham um panorama de quatro anos agitados.
As promessas do governo Trump 2.0 de uma política mais dura de imigração e o aumento das tarifas para países parceiros comerciais têm alto risco de acelerarem a inflação e, consequentemente, podem atrasar o corte da taxa de juros nos EUA.
“Basicamente, as medidas anunciadas até então vieram menos problemáticas do que ele tinha anunciado em campanha, mas não significa que podemos descartá-las por completo,” afirma o analista de ações internacionais da Empiricus Research, Enzo Pacheco.
O analista exemplifica seu argumento lembrando que as tarifas para produtos chineses durante a campanha prometidas por Trump rondavam os 60%, mas foram cravadas a 10%. “Além disso, as tarifas comerciais para México e Canadá até agora não foram efetivas”, diz.
Na visão de Pacheco, essas ameaças estão sendo encaradas como uma tática de negociação e, caso Trump resolva ir adiante, a tendência é de “um impacto negativo no crescimento global”.
Intervalo de IA: Investidores podem retomar teses que “ficaram para trás”
Apesar das medidas comerciais de Trump potencialmente estarem contratando um ciclo inflacionário, os EUA ainda apresentam uma perspectiva de crescimento maior do que seus pares desenvolvidos, segundo pesquisas do mercado.
Contudo, para conseguir buscar bons retornos em investimentos nos EUA, Pacheco aconselha olhar um pouco para o que pode ter sido esquecido: “talvez investidores tenham que focar em teses que ficaram para trás nos últimos anos, ao invés de focar somente em empresas de tecnologia”, acredita o analista.
Neste começo de ano, os mercados internacionais parecem performar melhor que o norte-americano por algumas razões, segundo Pacheco:
- Desvalorização do dólar no período, tanto em relação ao real brasileiro como também outras moedas;
- Companhias de outros países apresentando valuations muito abaixo das americanas, com perspectivas de mais espaço para crescimento;
- Na mesma linha, empresas com valuations inferiores às suas médias históricas, indicando um cenário incomum que pode vir seguido de uma onda de otimismo.
O quadro abaixo representa essa projeção de valuations, com crescimentos percentuais maiores para mercados fora dos EUA (representado pelo índice S&P 500).
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Apesar das medidas com efeitos negativos até aqui (tarifas comerciais e deportação de imigrantes, por exemplo), Pacheco afirma que ainda é possível haver pontos positivos para investir em ações internacionais no governo Trump 2.0, entre os projetos anunciados pelo político:
- Corte de impostos;
- Redução de gastos públicos;
- Desregulamentações.
“Com isso, volto a afirmar que é interessante buscar empresas de setores mais tradicionais, que ficaram para trás nos últimos anos. Quando olho para a carteira internacional da Empiricus, são aquelas de setores tradicionais ou de fora dos EUA que destacam-se como principais cases”, afirma o analista.
Sempre de olho nas melhores oportunidades de investimentos internacionais, Pacheco liberou o acesso gratuito à carteira de ações internacionais (BDRs) da Empiricus Research. Para conferir a lista com 10 companhias valiosas para investir, clique aqui.
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