A semana começa com a retomada da agenda doméstica após o feriado de Carnaval e o mercado voltando às negociações. Nos EUA, os dados de inflação medidos pelo PCE de janeiro confirmam uma trajetória de desaceleração, ainda que em um ritmo gradual. O PCE cheio avançou 0,3% m/m, em linha com as expectativas do mercado e mantendo o mesmo ritmo do mês anterior. No acumulado de 12 meses, a inflação desacelerou para 2,5%, o menor nível desde 2021 e sinalizando a tendência de convergência para a meta do Fed.
O núcleo do PCE, métrica mais relevante para a política monetária, subiu 0,3% m/m, também em linha com as projeções. No acumulado de 12 meses, caiu de 2,8% para 2,6%, o que deve sinalizar um alívio progressivo nas pressões inflacionárias subjacentes.
A composição dos dados mostra que a redução no PCE corrente foi puxada por uma queda expressiva nos gastos com bens, parcialmente compensada pelo aumento nos gastos com serviços.
Além disso, o recuo das despesas pessoais e a alta na taxa de poupança indicam um comportamento mais cauteloso por parte dos consumidores. No geral, os dados confirmam a desaceleração da inflação, mas sem sinais de uma queda abrupta. O núcleo do PCE permanece acima da meta do Federal Reserve.
Mais EUA: Payroll e o que esperar do Fed
Ontem (5), o dado de mercado de trabalho ADP mostrou uma criação de 77 mil vagas em fevereiro, bastante abaixo do esperado pelos economistas (140 mil), do mês anterior (186 mil) e até mesmo da média móvel dos últimos seis meses (190 mil). O dado foi o pior número desde julho, quando foram registradas abertura de 42 mil vagas. Embora a pesquisa da folha de pagamento (payroll) seja diferente da ADP, o número divulgado nesta quarta-feira colocou uma viés de baixa também para o principal dado do mercado de trabalho americano, que será divulgado amanhã (7).
De todo modo, a barra para o Federal Reserve voltar a cortar juros ainda é muito alta. As incertezas em relação aos efeitos das políticas protecionistas do novo governo americano aumentam significantemente a inércia do Banco Central americano.
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Dados da semana no Brasil
No Brasil, o mercado de trabalho ainda se mostra bastante resiliente. O Caged de janeiro registrou a criação de 137,3 mil vagas, bem acima da mediana de 70,9 mil estimada pelo mercado, recuperando parte da perda registrada em dezembro (-535,5 mil).
Se considerarmos a média móvel trimestral do Caged, é possível observar que o dado se manteve estável em 100 mil empregos criados, o que confirma a continuidade na queda do desemprego doméstico.
Além disso, o resultado da PNAD, que capta um recorte mais amplo do mercado de trabalho, mostrou uma taxa de desemprego em 6,5%, levemente abaixo da expectativa (6,6%). No mensalizado e dessazonalizado em janeiro, o dado subiu de 6,35% para 6,58%.
Setorialmente, a construção civil desacelerou consideravelmente de -6,0% em dezembro para 0,2% em janeiro, enquanto a indústria e o comércio aceleraram de 0,9% para 2,8% e de 3,2% para 3,5%, respectivamente. O desempenho da construção será crucial para os próximos meses, uma vez que ele pode desaquecer a geração de empregos, caso a fraqueza persista.
De modo geral, um dado de mercado de trabalho ainda robusto reforça nossa leitura de que a atividade deve desacelerar, mas de forma mais lenta do que o mercado espera. Por isso, será importante observar os dados dos próximos dois meses do Caged, especialmente os de março (que serão divulgados em abril), para avaliar com o grau de desaceleração da economia brasileira.
Nesse cenário, o grupo de serviços, em especial os serviços intensivos em mão de obra, devem continuar pressionados na cesta de inflação doméstica. Por isso, é provável que no final do primeiro semestre deste ano tenhamos uma inflação fechada convergente ao intervalo da meta da autarquia monetária, porém, com um qualitativo ruim. Em outras palavras, a inflação de serviços deve ser a principal preocupação do Banco Central para uma possível mudança de tom ainda neste ano.
Hoje, o mercado precifica uma Selic terminal entre 15,00% e 15,25% ao ano no final do ciclo e alguma probabilidade de início de redução de juros a partir de março do ano que vem.
Embora vejamos uma atividade mais forte do que a média do mercado hoje, os níveis de preços de mercado nos parecem embutir um prêmio de risco justo. Por isso, mantemos uma opção de títulos prefixados no nosso cardápio semanal.
Cardápio da semana
Características do CDB pós-fixado do BTG Pactual com liquidez diária | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 50,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 08/03/2027 (732 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 100,00% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | Diário |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da LCI pós-fixada do Banco Inter | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA+ (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Inter |
Aplicação mínima | R$ 100,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 30/05/2026 (450 dias corridos) |
Rentabilidade anual | até 95% do CDI |
Tributação | Isenta |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 21h55 |
Características do CDB prefixado do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | R$ 1 milhão |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 07/03/2028 (1097 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 15,50% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 18h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 6 de março de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (6).
A série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos.
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